18 DE OUTUBRO DE 2012
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O Sr. Miguel Santos (PSD): — Estamos de acordo quando diz que a correção do horário semanal é um
objetivo há muito enunciado e que foi possível alcançar esse compromisso com os médicos.
Estamos de acordo relativamente aos efeitos que o aumento do horário semanal vai produzir na redução
das listas de espera e na garantia de acesso aos cuidados de saúde por parte dos cidadãos.
Estamos de acordo que os médicos sejam avaliados conforme a restante Administração Pública e também
com o facto de estarem disponíveis para serem deslocados, dentro de um perímetro de 60 km do seu local de
trabalho, para prestarem serviço às populações.
Estamos ainda de acordo com a valorização da carreira, na medida em que serão abertos concursos que
poderão possibilitar não só o ingresso de novos especialistas mas também a progressão na carreira de
determinados médicos.
Em relação ao silêncio que se verificou neste debate por parte da esquerda socialista e da esquerda
comunista, dou-me ao privilégio de interpretar este silêncio. E faço essa interpretação à luz dos factos que
ocorreram no período mais sensível e mais difícil deste processo que findou no passado fim de semana.
Nesse período mais sensível e mais difícil, assistimos ao Partido Socialista a ir a reboque e a colar-se à
esquerda comunista — o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português — tentando instrumentalizar a
dificuldade do processo…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — … e as legítimas opiniões publicitadas pelos médicos através dos
sindicatos, para produzir o quê?
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — O que é que efetivamente aconteceu? Para produzir meia dúzia de
declarações públicas de preocupação, tentando incendiar um ambiente que não correspondia a um incêndio.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
E permito-me agora, para finalizar, Sr.ª Presidente, interpretar este silêncio das bancadas comunistas e da
bancada do Partido Socialista, neste contexto e depois destes antecedentes, da seguinte forma: efetivamente,
os senhores não estão satisfeitos com este acordo.
Parece-me que gostariam que a anarquia e a dificuldade se instalassem…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
… para ver se, no meio dessa anarquia, surgiriam à cabeça de um qualquer movimento, porque essa seria
a única forma de os senhores alguma vez poderem singrar neste País, como nos ensina a História, não só
neste País como no globo inteiro.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr.as
e Srs. Deputados, entretanto inscreveram-se, também para proferirem
declarações políticas, os seguintes Srs. Deputados: João Serpa Oliva, pelo CDS-PP; João Ramos, pelo PCP;
e Ana Drago, pelo BE.
A próxima declaração política, como já foi anunciado, é do Sr. Deputado António Braga, a quem dou a
palavra.
O Sr. António Braga (PS): — Sr.ª Presidente e Sr.as
e Srs. Deputados: As eleições regionais nos Açores
que acabaram de ocorrer testemunham o reforço do compromisso entre o Partido Socialista e o eleitorado,