I SÉRIE — NÚMERO 14
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O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Por isso, também já hoje demos entrada de um requerimento para
que o Ministro de Estado e das Finanças e o Ministro da Economia e do Emprego compareçam na Comissão
de Economia e Obras Públicas para explicarem toda esta tramitação processual.
É que nós queremos fiscalização, queremos rigor, queremos transparência e queremos uma reavaliação
deste processo.
Termino, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, dizendo que queremos a suspensão deste processo e a
sua reavaliação, porque estamos a falar da TAP, que é uma empresa pública de referência estratégica para o
turismo, para as exportações, para o desenvolvimento económico, para a lusofonia, para as regiões
autónomas, para a diáspora portuguesa. Temos de salvaguardar o handling no Aeroporto de Lisboa.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Por isso, Sr. Secretário de Estado, apelamos a que este processo
seja reavaliado, ponderado, que prestem todos os esclarecimentos na Assembleia da República.
Termino, Sr.ª Presidente, dizendo que precisamos, na gestão da coisa pública, em geral e neste processo
em particular, de prudência, de inteligência, de rigor, de transparência, de uma adequada fiscalização e
também de seriedade nestes processos de negociação direta.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Batista Santos.
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos
Parlamentares e da Igualdade e Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações,
Sr.as
e Srs. Deputados: Estamos hoje a debater o processo de privatização da TAP, a decisão de ontem,
importante, do Governo de aprovação do caderno de encargos e, sobretudo, estamos hoje a clarificar aquilo
que para nós é um processo a todos os níveis exemplar e que faz o contraste absoluto com as decisões, em
matéria de privatização, e sobretudo de parcerias público-privadas, que o Governo do Partido Socialista fez no
Governo passado.
Aplausos do PSD.
Mas começo por aquilo com que concordamos. Concordamos com o PCP em que a TAP não é uma
empresa qualquer. A TAP tem um papel importante nas ligações estratégicas para o nosso País, para as
regiões autónomas e não só.
Também concordamos com o Partido Socialista de que este processo deve ser rigoroso e transparente,
deve salvaguardar os interesses estratégicos nacionais, deve manter o hub em Lisboa, que se deve, no fundo,
manter uma companhia de bandeira em Portugal. É por isso, Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo, que o
caderno de encargos é tão exigente e é por isso que só há, até este momento um concorrente.
Risos do PS.
Mas não é por isso que o Estado não é obrigado a entregar, é obrigado, isso sim, a negociar.
Srs. Deputados do Partido Socialista, peço desculpa, mas devo dizer, com toda a amizade que tenho pe lo
Sr. Deputado Basílio Horta, que VV. Ex.as
evocam, às vezes, aquela saga do conhecido romance chamado O
Primo Basílio, de Eça de Queirós, em que se fala de uma sociedade burguesa que está contente, feliz, mas
que tem as bases podres. É isso que VV. Ex.as
estão a referir.
A TAP precisa de um novo estímulo, de um sangue novo, precisa de um novo investimento para poder
crescer, para poder aumentar, para poder segurar os postos de trabalho. E aquilo que este Governo quer fazer
não é negociar e entregar a empresa a qualquer um, não é entregar a empresa a uma empresa low cost,
porque se abríssemos um caderno de encargos em que não colocássemos as exigências que estamos a