26 DE OUTUBRO DE 2012
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O Sr. Adão Silva (PSD): — Esta é que é a missão patriótica deste Governo, Sr.ª Deputada! Esta é que é a
missão patriótica!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP.
Sobre a questão da destruição do Estado social que este Governo, segundo V. Ex.ª, quer levar a cabo, Sr.ª
Deputada, como é que este Governo quer destruir o Estado social e depois, como V. Ex.ª pode ver no
Orçamento do Estado retificativo de 2012 e no Orçamento do Estado para 2013, tem lá 1850 milhões de euros
para evitar que haja défice na segurança social?
Sr.ª Deputada, aquilo que o Governo fez foi, extraordinariamente, pôr 1850 milhões de euros dos impostos
dos portugueses no sistema de segurança social, para evitar que o sistema vá à falência.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — E têm que pôr! Não há remédio!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Este é um Governo que está preocupado com o futuro da segurança social,
como, por exemplo, com o aumento das pensões mínimas da segurança social.
Agora, é evidente que tem de haver cortes nas prestações sociais. Sim, tem de haver!
E até vou dizer aqui uma coisa, porque o Sr. Deputado Carlos Zorrinho estava a rir-se das minhas palavras.
Vou dizer-lhe no que dá o seu riso, Sr. Deputado Carlos Zorrinho: o corte que vai haver nas prestações sociais
em 2013 — porque vai haver! — resulta de um acordo, que é o Memorando de Entendimento com a troica,
que os senhores do Partido Socialista negociaram, aprovaram e assinaram, em que se diz, para 2013, o
seguinte,…
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — É mentira!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Deputado, não diga que é mentira! Vou ler-lhe. Permita-me que lhe leia?
Posso ler? Depois, o senhor dirá se é mentira ou se é verdade.
Então, se não se importa, vou ler o ponto 1.30 do Memorando, que refere o seguinte: «O Governo reduzirá,
em 2013, as prestações sociais em, pelo menos, 350 milhões de euros».
Portanto, Sr.ª Deputada Rita Rato, a pergunta que lhe faço é esta: o corte que pode vir a existir nas
prestações sociais (porque ainda não sabemos, o processo está ainda em negociação na concertação social)
resulta ou não daquilo que o Partido Socialista, quando estava no Governo, negociou com a troica, de cortar
350 milhões de euros, em 2013?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, agradeço a questão que coloca, que
objetivamente foi nenhuma, mas à qual terei todo o prazer em responder.
Ó Sr. Deputado, desgraça?! Tirar o País da desgraça? Desgraçada é a vida que os portugueses levam
neste momento, desgraçada é a vida de muita gente que está numa situação de desemprego, a esmagadora
maioria da qual já não tem nada, não tem 1 cêntimo, não tem qualquer tipo de apoio, nem de proteção social!
Por isso, quando o Sr. Deputado diz aqui que o Governo está a salvar o País da desgraça, convém
recordar que é verdade que PS, PSD e CDS têm responsabilidades na subscrição do Memorando de
Entendimento e que, muito justamente, à cabeça, o PCP disse que não era nenhum memorando de
entendimento, mas um pacto de agressão ao povo e ao País, pois só está a contribuir para o agravamento da
pobreza e das condições de vida.
O Sr. Deputado disse que, no Orçamento do Estado, estão previstos 1800 milhões de euros para a
segurança social. Ó Sr. Deputado, quatro vezes mais do que isso já foi enterrado no BPN!