I SÉRIE — NÚMERO 16
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Dos 200 milhões de euros que o Governo destinou, no Orçamento do Estado para 2012, para o Programa
de Emergência Social, no final de setembro, apenas 2 milhões tinham sido executados.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Dois!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Dizia o Secretário de Estado Marco António Costa, na apresentação destas
medidas, que «o Programa de Emergência Social não é um slogan». Claro que é um slogan! Quando o
Governo apenas executa 2 dos 200 milhões de euros previstos, não podemos falar de erro ou incompetência
mas, sim, de má-fé.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — O Programa de Emergência Social não era apenas um slogan, mas, antes,
uma arma de arremesso para o Governo poder passar dias e dias a falar na «ética social na austeridade»,
enquanto cortava nos salários e aumentava os impostos.
O apoio aos mais pobres, para PSD e CDS, é isso mesmo: um slogan de um Governo que perdeu,
definitivamente, qualquer réstia de vergonha, que não hesita em cumprir uma política económica condenada
ao fracasso e ao empobrecimento do País, em retirar tudo a quem tão pouco tem.
No longo rol de promessas atiradas para o lixo por Pedro Passos Coelho, duas têm sido zelosamente
cumpridas: empobrecer o País e fazer emigrar tudo o que resta.
Se mais dúvidas existissem, os cortes sociais anunciados pelo Governo são mais uma razão para chumbar
este Orçamento, para chumbar este Governo, Sr.as
e Srs. Deputados.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Sónia
Fertuzinhos, Nuno Magalhães, Jorge Machado e Maria das Mercês Soares.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Mariana Aiveca, julgo que a máscara da
«ética na austeridade» deste Governo caiu definitivamente por terra esta semana. Já não há nenhum
português, nenhuma portuguesa que acredite na preocupação deste Governo com os mais pobres e com os
mais vulneráveis. Pelo contrário, esta semana, os portugueses ficaram a saber, sem sombra de dúvida, que os
trabalhadores, os mais pobres, os que menos têm são o primeiro e grande alvo do ajustamento orçamental
deste Governo.
Aplausos do PS.
Por isso, Sr.as
e Srs. Deputados da maioria, assumam a responsabilidade das vossas opções.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Quando os senhores assumirem as vossas!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — E não se desculpem com o Memorando, Sr.as
e Srs. Deputados!
Protestos do PSD.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Que descaramento!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Não, Srs. Deputados, descaramento é enganar os portugueses!
Aplausos do PS.