31 DE OUTUBRO DE 2012
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Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. António José Seguro (PS): — O défice que o Sr. Primeiro-Ministro contratou foi de 4,5%, mas o
senhor já veio reconhecer que é de 6%, no mínimo. Os portugueses cumpriram, o Sr. Primeiro-Ministro falhou.
Mais grave que tudo isto é que as consequências são terríveis: temos o maior número de desempregados
da nossa História por responsabilidade sua; a nossa economia continua a cair, por responsabilidade sua.
Protestos do PSD.
Esta é a sua responsabilidade. Pare de fugir às responsabilidades! De uma vez por todas, assuma que a
sua política falhou.
E, Sr. Primeiro-Ministro, não venha falar-me em coerência, porque o senhor chegou ao poder prometendo
aos portugueses que ia fazer coisas completamente diferentes daquelas que está a fazer neste momento no
nosso País!
Aplausos do PS.
O senhor deve um pedido de desculpas aos portugueses.
Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe mais. Não tendo o tempo todo que o senhor usou, mas beneficiando,
com certeza, da mesma generosidade que a Sr.ª Presidente teve para consigo, quero dizer-lhe que, há um
ano, o Sr. Primeiro-Ministro veio dizer ao País que, afinal havia necessidade de fazer um maior volume de
ajustamento. Discordei do volume que o Sr. Primeiro-Ministro anunciou e falei-lhe em margens orçamentais.
A UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) veio dizer, há 15 dias, que havia, pelo menos, 1800
milhões de euros de margens orçamentais a mais, o que significa quase os dois salários que retirou aos
funcionários públicos e aos reformados. Lembra-se quando, no ano passado, eu lhe dizia que isso não era
necessário e que, pelo menos, deveria devolver um salário aos funcionários públicos e uma pensão aos
reformados? O Sr. Primeiro-Ministro não acreditou nisso. Sabe qual foi a consequência? Mais recessão no
nosso País. Mais recessão no nosso País significa menos receita e mais despesa; mais desemprego e menos
economia.
Aplausos do PS.
A sua receita falhou! Sr. Primeiro-Ministro, seja sério.
Protestos do PSD.
No ano passado, eu disse-lhe, Sr. Primeiro-Ministro: «Não vá por esse caminho. Esse é o caminho errado,
é o caminho da austeridade a qualquer preço». Qual foi a sua resposta? Respondeu: «Esteja descansado.
Este programa de ajustamento é o meu programa político e eu vou cumpri-lo custe o que custar».
Sr. Primeiro-Ministro, na altura, não me limitei a dizer que o senhor ia pelo caminho errado; na altura,
apresentei uma alternativa,…
Vozes do PSD: — Qual? Diga!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Lembre uma!
O Sr. António José Seguro (PS): — … e disse-lhe que a alternativa passava por dar prioridade ao
crescimento e ao emprego, aliando isso com rigor e disciplina orçamental.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Mas o que é isso?!