31 DE OUTUBRO DE 2012
25
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Está enganado! Está enganado, Sr. Primeiro-Ministro!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vale de muito pouco, Sr. Deputado, quando o Estado não tem os meios
necessários para os poder realizar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Está a governar contra a Constituição, mas nós não deixaremos, Sr.
Primeiro-Ministro! Vai ter a resposta nas ruas!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É por isso que há uma diferença muito grande entre a política demagógica e
declarativa e a política material e realista. Eu quero defender os direitos sociais em Portugal!
Protestos do PCP, do BE e de Os Verdes.
E, para defender os direitos sociais em Portugal, nós temos de acabar com a insustentabilidade da dívida e
com a falta de rigor na maneira como os Orçamentos do Estado são geridos e como a despesa pública onera
os cidadãos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Fazem negócios privados à custa da maior pobreza em Portugal!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Concluirei, Sr.ª Presidente, dizendo quer ao Sr. Deputado Luís Fazenda quer
ao Sr. Deputado José Luís Ferreira o seguinte: com este Orçamento do Estado, pretendemos criar as
condições para que, em conjunto com o corte permanente de despesa de 4000 milhões de euros, que terá
lugar até 2014, dar a garantia a todos os nossos parceiros, inclusive aos investidores potenciais de que
Portugal precisa, de que estaremos em condições de cumprir o nosso Memorando e, portanto, de poder virar
uma das mais difíceis páginas da nossa História. Queremos fazê-lo mostrando que temos equilíbrio, que
sabemos fazer funcionar os estabilizadores automáticos…
O Sr. João Galamba (PS): — Querem é destruir os estabilizadores automáticos!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e, ao mesmo tempo, reduzir o défice. Aquilo que eu disse foi que reduzimos
o défice primário, em dois anos, em 6 pontos percentuais do PIB. Srs. Deputados, chamo a isto defender os
atuais e os futuros contribuintes.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, uma coisa vos garanto: o Governo não está
aqui para salvar a banca.
Risos do PCP e do BE.
Esse mito tem realmente de acabar.
Já o ex-Deputado Francisco Louçã veio com uma ideia dos dois mitos: o dos juros e o da banca. Sr.
Deputado Luís Fazenda, os países europeus não são tratados pelo Banco Central Europeu como se fossem
bancos,…