I SÉRIE — NÚMERO 19
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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … e de responder a tantas dificuldades, a tantas inquietações e a
tantas preocupações de tantos portugueses.
Temos a noção exata de que é preciso ativar, ser ativo, ser competitivo, ser exigente, ser pró-ativo no
diálogo e na negociação europeia, que é fundamental para os objetivos a que o País se propõe. Estaremos aí,
queríamos mais vozes connosco nesse diálogo.
Temos a noção de que é importante melhorar o documento que aqui entrou. Vamos trabalhar na
especialidade até ao último dia. Venham propostas de todas as bancadas para reduzir a despesa, para
garantir mais equidade, para que, como vamos fazer na maioria, este documento saia daqui melhor do que
entrou.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, termino, procurando responder a algo que ouvi várias vezes, ao
longo deste debate.
Dizem-nos muitos comentadores, dizem-nos muito portugueses, ouvimos aqui, até de dedo apontado para
a nossa bancada, por parte de partidos da oposição, que esta é uma decisão de consciência.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — E é!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Temos exatamente e absolutamente essa noção. Não temos a menor
dúvida. Esta não é uma decisão que se tome sem ponderar, nem é uma decisão que se tome de ânimo leve.
Ponderámos e temos perfeita consciência do que seria sairmos daqui sem Orçamento do Estado ou sairmos
daqui para uma crise política cujos contornos seriam absolutamente imprevisíveis.
Ponderámos o nosso exercício de responsabilidade. Colocámo-nos num combate político que é, cada vez
mais, um combate político entre aqueles que defendem a responsabilidade e o reformismo e aqueles que
alinham com o radicalismo. É um combate político que vale a pena. Ponderámos e tomámos a nossa decisão
conscientes dos sacrifícios que vamos impor à classe média, mas conscientes também de que essa mesma
classe média, no meio de uma crise política, no meio do caminho da Grécia, que tantos aqui, com alegria,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Só se for o senhor!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … querem e parecem querer para Portugal. No meio desse caminho,
essa classe média estaria muito pior e, aí sim, não teria nenhum tipo de saída.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Ponderámos com a certeza de que a liberdade de um povo, de uma pátria e de um país vale mais do que o
destino de qualquer um dos seus responsáveis ou representantes políticos e também com a certeza, num
momento em que tanto se fala nos nossos jovens, nos nossos filhos, obrigados, muitas vezes — porque não é
muitas vezes por opção — a procurar trabalho lá fora, também a pensar neles, com a certeza de que as
dívidas e a despesa que fizermos hoje serão as novas gerações de portugueses a ter de pagar.
Por isso, a decisão que aqui, em consciência, tomamos é também em nome do seu futuro e em nome da
liberdade dos nossos filhos. Com uma certeza absoluta neste combate político: é um combate entre
reformismo ou radicalismo, um combate para reformar o Estado, coisa que não é feita há tantos anos. E com a
certeza também de que, neste combate, quem não estiver disposto a lutar nunca vence. Não fugimos a esse
combate, assumimos esse combate em nome do futuro.
Viva Portugal!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do PS. Tem a palavra o Sr. Deputado Ferro Rodrigues.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as
e Srs. Membros do Governo,
Sr.as
e Srs. Deputados: Terminada a discussão do Orçamento do Estado para 2013, estamos em condições de