I SÉRIE — NÚMERO 20
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Faça favor, Sr. Secretário.
O Sr. Secretário (Abel Baptista) — Sr.ª Presidente, deu entrada na Mesa o projeto de resolução n.º 507/XII
(2.ª) — Recomenda ao Governo português um quadro de objetivos para a negociação das perspetivas
financeiras 2014-2020 (BE), que baixa à 5.ª Comissão.
O Sr. António Braga (PS): — Peço a palavra, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. António Braga (PS): — Sr.ª Presidente, gostaríamos de perguntar à Mesa se o debate termina agora
ou se ainda vamos votar os projetos de resolução apresentados.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, foram apresentados três projetos de resolução. O PS requereu a
votação do seu projeto para hoje, mas não houve consenso para alterar a agenda. Por isso, não vamos
proceder à votação.
O Sr. António Braga (PS): — Dá-me licença, Sr.ª Presidente?
A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. António Braga (PS): — Sr.ª Presidente, gostaríamos de conhecer quem não deu consenso e quais
as razões. É que se trata de uma recomendação, de uma posição da Assembleia da República ao abrigo da
Lei n.º 21/2012, que prevê justamente que o Governo possa vir à Assembleia dar conta da sua participação no
Conselho Europeu, que terá lugar amanhã, e a Assembleia da República tem agora condições para
recomendar ao Governo um conjunto de ações de defesa dos interesses de Portugal. Seria incompreensível,
os portugueses não compreenderiam, que a Assembleia da República se pronunciasse depois do Conselho
Europeu ter ocorrido.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, nada impede que o debate seja retomado no Plenário. A informação
que a Mesa tem é a de que há grupos parlamentares que não deram assentimento. E vou identificá-los. Foram
o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda. Os outros grupos parlamentares deram assentimento.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Peço a palavra, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A Assembleia da República tem
regras, tem um Regimento e este debate ocorre também ao abrigo de uma lei especial de acompanhamento e
pronúncia sobre os atos da União Europeia.
Faz hoje oito dias, o Partido Socialista, o PSD e o CDS-PP, quando foi agendado este debate, não
acrescentaram qualquer outro ponto à ordem do dia.
Acontece que sexta-feira, a desoras, e segunda-feira, já fora de qualquer prazo, sem qualquer consenso e
sem qualquer aviso prévio, os partidos de maior representação na Assembleia da República decidiram
atropelar as regras do Regimento, repito, sem aviso prévio e sem qualquer consensualização.
O que o Bloco de Esquerda defende, neste aspeto, é que se aos partidos com menor representação lhes
são impostas sempre, com toda a dureza, as regras do Parlamento, da Casa da Democracia, então, os
principais partidos também têm de as cumprir.