22 DE NOVEMBRO DE 2012
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O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Nós, que, muitas vezes, nestas intervenções, enfatizamos a
necessidade de olharmos para o mar como uma oportunidade, também não devemos perder de vista nesta
negociação que os objetivos de financiamento das nossas políticas marítimas e, em particular, de pescas são
fundamentais.
Como finalmente, Sr. Primeiro-Ministro, também é importante que, nesta transição de um quadro financeiro
para o outro, não se percam oportunidades de manter em funcionamento programas que são, a nosso ver,
muito importantes, como o Erasmus. Este programa tem sido um instrumento importante para aproximar os
povos europeus e para acentuar a qualificação dos nossos jovens — e também pugnamos por que se
mantenha este apoio.
Finalmente, um apoio à manutenção de fundos importantes como o Fundo de Globalização e de
Solidariedade e o mecanismo de proteção civil da União. É importante que estas salvaguardas existam no
próximo quadro financeiro da União Europeia.
Para terminar, Sr. Primeiro-Ministro, creio que posso dizer que, hoje, fica claro que o Governo está
empenhado em prosseguir e alcançar estes objetivos, em seguir estas orientações, que, de uma forma geral,
são partilhadas por mais do que as bancadas da maioria. Creio que o Partido Socialista também se
apresentou neste debate, hoje, como pugnando pela concretização destes princípios e destas orientações,
ainda que, às vezes, não deixe de tentar encontrar divergências em aspetos onde efetivamente não há
justificação.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Creio que devemos sair deste debate munindo o Governo português do
apoio político que é fundamental para que os nossos interesses sejam acautelados, para que a negociação a
27, que é complexa e dura, possa trazer bons resultados e para que possamos juntar às diligências que o
Governo português tem encetado em matéria de união bancária, em matéria de estabilização financeira dos
Estados — pressupostos estes também importantes para alavancar um ciclo de crescimento —, a utilização do
orçamento da União Europeia para dinamizar a nossa economia e recuperar emprego.
Sr. Primeiro-Ministro, cremos que estes passos de consolidação orçamental, por um lado, e de estímulo à
atividade económica, por outro, serão fundamentais para que, nos próximos anos, Portugal se possa
desenvolver de uma forma sustentada e possa evitar cair na situação que nos levou a estarmos
presentemente sob assistência financeira.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Devemos encarar os próximos anos e também este quadro financeiro sabendo aproveitá-lo para, de uma
forma sustentada, estimularmos o crescimento económico e o emprego e para termos um equilíbrio
orçamental que nos garanta que os que virão a seguir a nós não terão de passar pelas dificuldades por que,
hoje, infelizmente, todo o País está a passar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, tenho consciência de que os
resultados da sexta avaliação, que aqui mencionou, são realmente importantes para Portugal, nesta fase muito
particular. Se me permite, gostaria de destacar dois aspetos.
O primeiro é que, estando nós justamente a meio do programa de ajustamento e, portanto, a meio dos
exames regulares a que estamos sujeitos, conseguimos fazer de forma consecutiva uma apreciação positiva
não apenas dos nossos esforços de equilíbrio, seja na dimensão interna, seja na dimensão externa dos
défices que vimos acumulando durante muitos anos, mas também na execução do programa de