22 DE NOVEMBRO DE 2012
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a posição apresentada pelo Presidente do Conselho Europeu não era aceitável e temos mantido uma posição
convergente que nos dá peso negocial nas conversações que vão decorrer a partir de amanhã.
Portanto, Sr. Deputado, nós não estamos sozinhos e não partimos diminuídos; antes pelo contrário,
partimos com uma posição reforçada por muitos outros países que soubemos também fazer convergir para
estas posições negociais.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs.
Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, neste debate, nestas últimas intervenções, foi aflorado o tema da sexta
avaliação positiva que o Governo alcançou…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Um sucesso!…
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … relativamente ao cumprimento do Programa de Assistência
Financeira que estamos a implementar.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ó Sr.ª Secretária de Estado, o Sr. Deputado está a fugir ao tema!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Bem sei que este não é o tema central deste debate, Sr. Primeiro-
Ministro, mas gostaria, como ponto prévio, até aproveitando aquilo que acabou de ser dito, de cumprimentar o
Governo por este facto, que muitos não reputam de importante mas que revela da nossa capacidade em
cumprirmos os nossos compromissos e em garantirmos o financiamento quer do Estado quer da nossa
economia.
De facto, Sr. Primeiro-Ministro, estamos a metade das avaliações a que nos sujeitámos pelo compromisso
que assumimos e é importante enfatizar a avaliação positiva de todas aquelas que se realizaram até ao
momento. Isso é importante para recuperar a confiança externa e a confiança interna, é importante para
mostrar a tal capacidade que temos para ultrapassar a dificuldade, é também importante para, ao contrário
daquilo que muitos parece desejarem, nos podermos libertar o quanto antes do acompanhamento que a troica
faz da nossa evolução económica e financeira e é, sobretudo, importante para recuperarmos, de forma plena,
a nossa soberania financeira e podermos ser detentores da capacidade de escolha das nossas principais
opções.
Sr. Primeiro-Ministro, este reconhecimento que é feito ao caminho que temos seguido é, de facto, um
reconhecimento importante, que sabemos que não elimina os riscos e as incertezas que todo este percurso
também comporta, mas que é, de facto, um sinal muito positivo. De resto, a propósito deste debate, também
se deve dizer que, de certa forma, este reconhecimento pode robustecer a posição negocial que também
podemos ter na Europa.
É que fico um pouco espantado com aqueles que, no fundo, desejavam que estas avaliações fossem
negativas, aqueles que, no fundo, têm propugnado por mais tempo e mais dinheiro…
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Por menos juros!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … e que acham que defender quer as avaliações negativas quer «este
mais tempo e mais dinheiro» era o que iria dar capacidade negocial para chegarmos à Europa e podermos
pedir «este mundo e aquele».
É curioso, Sr. Primeiro-Ministro, mas revela, de facto, muita inconsistência e até um caminho de ilusão que
foi aquele que marcou os últimos anos, em Portugal.
Diria, Sr. Primeiro-Ministro, que este crédito que vamos acumulando no cumprimento do nosso programa
de ajustamento financeiro é também trazido para a forma como nós, do ponto de vista negocial, podemos
conduzir este processo relativamente ao Quadro Financeiro Plurianual.