I SÉRIE — NÚMERO 22
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A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Por isso, Sr.as
e Srs. Deputados, o que aqui tem de ficar claro é que o
Governo é incompetente para gerir a crise que o País atravessa e não apresenta alternativas de acordo com
aquilo a que o próprio Tribunal aconselhou. A tributação não é equitativa, o que aqui se faz é apenas penalizar
os mesmos do costume.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Entretanto, inscreveu-se também o Sr. Deputado Jorge Machado, do PCP.
Para já, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Sá.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: O PS faz questão de
avocar estes artigos para serem discutidos aqui em Plenário porque são de uma profunda injustiça social e
absolutamente injustificados.
Os cortes dos subsídios de férias aos pensionistas são injustos e só se justificam pela cegueira social e
necessidade de verbas para pagar os desvios orçamentais do Governo.
Este Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, enganou os portugueses na campanha eleitoral porque prometeu
não ser necessária uma superausteridade e que o caminho não era de mais receita e mais impostos, mas, mal
chegaram ao governo, fizeram exatamente o contrário do que prometeram aos portugueses. E agora
continuam a criar falsas expetativas, porque disseram aos portugueses, em particular aos pensionistas, que
não seria preciso cortar nos valores das pensões, pois bastariam os cortes nos subsídios de férias e de Natal
no período de 2012, e agora, para 2013, mantêm não só o corte nos subsídios de férias e de Natal aos
pensionistas como vão além e reduzem o valor das suas pensões. Mais um engano, mais uma criação de
falsas expetativas aos portugueses!
Gostaria de perguntar onde estão as promessas eleitorais, onde está a promessa feita aqui, nesta Casa, no
ano passado, quando prometeram que com os cortes dos subsídios de Natal e de férias aos pensionistas não
era preciso fazer nenhuma redução nas suas pensões? Onde está o partido que escreveu cartas aos
pensionistas dizendo que os iria defender e não aceitaria estas injustiças sociais, designadamente do Sr.
Ministro Mota Soares e do Sr. Ministro Paulo Portas?
Pior: VV. Ex.as
violam os mais elementares princípios da segurança jurídica e da confiança no Estado ao,
unilateralmente, elevarem a idade da reforma para os 65 anos já em 2013, e dependendo da lei em vigor na
data do despacho de reforma. Isto gera a mais absoluta incerteza nos pensionistas! É uma quebra do mais
elementar compromisso, não havendo qualquer período para que os pensionistas façam os seus cálculos, com
base naquilo que foi a sua carreira contributiva e nas expectativas assumidas na base da boa-fé com o Estado
português. Diria que isto é o exemplo de como não se deve fazer uma reforma na segurança social, ou seja,
de forma atabalhoada e precipitada!
Queria também dizer aqui que esta reforma precipitada e atabalhoada termina como tem terminado
sempre, com a confusão de última hora, com os erros que são a expressão de que o Governo não estava
preparado para fazer qualquer reforma da segurança social, na medida em que temos assistido nos últimos
dias, nos últimos debates, a sucessivas criações de regimes excecionais. Ora, este é o exemplo daquilo que
não deve acontecer quando, de facto, se tem uma reforma pensada com princípio, meio e fim.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra, pelo PCP, o Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP). — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Com este
conjunto de artigos que avocámos (artigos 27.º, 28.º, 43.º e 75.º), assistimos a um rude golpe nos salários dos
trabalhadores da Administração Pública.
Na estratégia anunciada e levada a cabo pelo Primeiro-Ministro, de empobrecimento do País e dos
trabalhadores, a maioria PSD/CDS-PP leva a cabo aqui um verdadeiro golpe àquilo que são os rendimentos