I SÉRIE — NÚMERO 25
6
fundamentais (as que têm que ver com a repressão da criminalidade, mas também as que se prendem com os
fatores sociais e económicos), só continuando a ter esta abordagem integrada, esta abordagem transversal, é
que continuaremos a poder dar resposta.
Creio que, juntos, seremos capazes de, nesta Câmara e fora dela, continuar a dar as respostas
necessárias e estruturadas em que Portugal, desde há vários anos a esta parte, tem conseguido fazer a
diferença e ser reconhecido internacionalmente por isso.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Rodrigues.
A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, antes de mais, saúdo a Sr.ª
Deputada Teresa Caeiro pela pertinência do tema que hoje nos traz aqui, a este Parlamento.
Saúdo igualmente o Governo de Portugal, porque no dia 15 de novembro último aprovou, em Conselho de
Ministros, a resolução que agora deverá transitar para a Assembleia da República para proceder à ratificação
da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a
Violência Doméstica, mais conhecida por Convenção de Istambul.
Porque, efetivamente, este tema, que é transversal na sociedade e que preocupa homens e mulheres de
boa vontade e, sobretudo, os agentes políticos e os Deputados deste Parlamento, gostaria de perguntar à Sr.ª
Deputada de que forma é que este Parlamento poderá associar-se a esta rede parlamentar de mulheres livres
de violência e de que forma é que podemos dar o nosso contributo para erradicar, de uma vez por todas, este
flagelo da nossa sociedade.
A violência contra as mulheres não é apenas violência contra as mulheres, também é violência contra os
filhos, é violência contra a família, é violência contra a sociedade, é violência contra homens e mulheres de
consciência, homens e mulheres que são contra a discriminação, contra todo o tipo de violência e contra todo
o tipo de injustiça.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, tem a palavra para responder.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Delgado Alves e Sr.ª Deputada
Carla Rodrigues, começo por agradecer as vossas perguntas.
Devo dizer que estou totalmente de acordo com o que disseram e, Sr. Deputado Pedro Delgado Alves,
permita-me que empregue a expressão que utilizou, de que não vale a pena «inventar a roda», pois os
problemas já estão detetados, sabemos onde se encontram e, portanto, a meu ver, os desafios colocam-se,
sobretudo, a dois níveis.
Um, e como disse, manter sempre, manter insistentemente, manter inexoravelmente esta questão na
agenda política e na agenda da sociedade, convocar toda a sociedade para este problema. Na verdade, penso
que também já aí fizemos um longo caminho, desde aquela época em que se dizia que «entre marido e mulher
ninguém mete a colher» às agressões, nomeadamente, entre namorados, que agora também está na ordem
do dia a propósito da revisão do Código Penal, questões que eram veladas, que eram escondidas, que eram
tabu, e que já não o são. No entanto, Sr. Deputado, temos esse desafio de manter o problema de violência de
género na agenda do nosso País.
Outro grande desafio, talvez o maior, é o de conseguir uma articulação adequada entre os vários
intervenientes.
Recentemente, tivemos oportunidade de ouvir, na Subcomissão de Igualdade — e, desculpem-me esta
pequena ressalva, saúdo o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves por ser dos poucos Deputados do género
masculino que se interessam por esta matéria! —,…
Risos.