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I SÉRIE — NÚMERO 26

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por ordem do Conselho de Administração da RTP, é passível de processo disciplinar o envio de uma equipa

de reportagem num carro de exteriores — segundo a informação que nos foi dada na Comissão Parlamentar

— sem autorização pedida com 72 horas de antecedência é mau demais para ser verdade!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — O Governo, concretamente o Sr. Ministro Miguel Relvas, que tem a tutela e

que, pelo menos nos termos da lei, ainda tem a obrigação de garantir o regular funcionamento do serviço

público de televisão, tem de tomar medidas — mais do que dar respostas, tem de tomar medidas — para que

acabe este regime, que, pelos vistos, está em vigor há um mês na RTP, em que se apresentam sobre

formulários de aquisição de conteúdos ordens que podem ser dadas de procedimento disciplinar relativamente

ao desrespeito ou à desobediência da obrigatoriedade de pedido de autorização superior à administração da

RPT. Não faz sentido nenhum, é quase inacreditável que esteja a acontecer uma situação destas.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É no quadro de uma perseguição de facto à própria liberdade e às condições

de trabalho dos jornalistas em Portugal que esta matéria se revela de uma ainda maior gravidade.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não posso deixar de me referir à outra matéria que também abordou,

respeitante à Direção-Geral das Artes e à situação em que está o setor. Tal como já temos dito, vamos tentar

obter uma resposta a todas as questões que, no nosso entendimento, se traduzem numa autêntica censura

financeira à liberdade de criação artística, expressão que, aliás, foi trazida pelo meu camarada Joaquim Benite

na denúncia às políticas culturais deste Governo. O meu camarada encenador e homem do teatro, que não

podemos deixar de homenagear aqui de forma sentida.

Aplausos do PCP.

Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, solicitámos, na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, a audição do

Sr. Secretário de Estado, porque exigimos que seja feito o esclarecimento cabal das circunstâncias em que

esta política está a ser desenvolvida pela DGArtes no quadro orçamental.

Quanto à lei do cinema, comprova-se o que tínhamos denunciado desde o início, ou seja, que a lei era uma

manobra para enganar de forma vergonhosa todo o setor, e em boa hora o PCP se demarcou dessa

estratégia.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É ou não verdade, Sr.ª Deputada Catarina Martins, que a lei serviu para o

Governo não cumprir as suas obrigações em relação à abertura de concursos?

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins para responder.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Bruno Dias, agradecendo a sua pergunta,

devo dizer que concordo em absoluto com o que disse: não podemos não ouvir o que está a acontecer na

RTP e fechar os olhos a isso.

Um conselho de administração ter o poder de autorizar ou não autorizar que haja meios para fazer uma

notícia, ou não a fazer, para colocar no ar uma notícia ou não a colocar, é uma interferência na direção de