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I SÉRIE — NÚMERO 26

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Aplausos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado

Honório Novo.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Braga, registo a sua declaração

política sobre as conclusões do Eurogrupo e aquilo que foi considerado, em determinada altura, como

condições benéficas para a Grécia.

O Sr. Deputado disse que o Sr. Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças exultaram com essas

conclusões, mas esqueceu-se de fazer referência a uma terceira pessoa, que também exultou com essas

conclusões iniciais, que foi o Secretário-Geral do Partido Socialista, que está sentado ao seu lado.

É verdade que, afinal, «a montanha pariu um rato», mas esta euforia com que o Partido Socialista,

normalmente, trata as decisões comunitárias lembra-nos o que os senhores andaram, durante vários meses, a

defender, afirmando que, por exemplo, o pacto orçamental iria ser beneficiado com a nova presidência

francesa,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora, ora!

O Sr. Honório Novo (PCP): — … porque iria ser objeto de uma alteração e da inclusão de uma adenda

sobre o crescimento. Não sei se o Sr. Deputado António Braga quer aproveitar esta oportunidade para nos

dizer onde é que, afinal, está a tal adenda para o crescimento no tratado orçamental, que, como sabe, também

já foi aprovado em França.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sobre a reunião do Eurogrupo, gostava de avançar com duas confirmações

e uma pergunta.

Primeira confirmação: os portugueses não ouvem nem entendem mal.

Segunda confirmação: quem ouve mal e entende mal é o Sr. Ministro de Estado e das Finanças.

Quanto a ouvir mal, o Sr. Ministro de Estado e das Finanças que se trate. É uma questão médica, trate-se.

Risos da Deputada do PS Inês de Medeiros.

Quanto a entender mal, o problema, pelos vistos, já está resolvido, porque ouviu, primeiro, o Sr. Ministro

das Finanças do Governo alemão, ouviu, depois, o Sr. Ministro das Finanças do Governo francês e, no final,

concluiu que aquilo que tinha dito era resultado de uma má perceção e que o caminho certo para o Governo

português era o da submissão, o da continuada submissão, agora retomada, em relação ao Governo da Sr.ª

Merkel e ao Governo do Sr. Hollande, que, sobre esta matéria, dizem rigorosamente a mesma coisa.

Naturalmente, depois destas confirmações, quero colocar-lhe uma questão importante. Admitamos que há

melhores condições de financiamento para a Grécia, relativamente à sua dívida. Gostava de perceber o que o

senhor pensa sobre a aplicação dessas melhores condições putativas a Portugal, se, com o oferecimento

dessas melhores condições de financiamento, impuserem, simultaneamente, a Portugal, por exemplo, o corte

dos salários na Administração Pública em 20%,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!

O Sr. Honório Novo (PCP): — … o corte das reformas e das pensões em 20%. O senhor e o Partido

Socialista entendem que essas condições de financiamento serão favoráveis para Portugal, se, do outro lado,

nos quiserem impor condições de corte nos salários e nas reformas?

Aplausos do PCP e de Os Verdes.