14 DE DEZEMBRO DE 2012
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financeira, a par da Europa. Bem-vindos! Foi preciso chegarem ao Governo para, finalmente, reconhecerem
que a crise que temos é uma crise europeia.
O Sr. Deputado falou em vários indicadores, mas esqueceu-se — sabe-se lá porquê — de falar no flagelo
que é a enorme taxa de desemprego que temos, esqueceu-se de falar no défice que os senhores e este
Governo não conseguiram cumprir em relação ao que estava previsto no Orçamento para o corrente ano e
esqueceu-se de falar na redução do PIB ao longo destes 18 meses.
Por outro lado, o Sr. Deputado falou de um programa de valorização do interior. Só que os senhores falam
em valorizar o interior quando o que tem acontecido é, sistematicamente, encerrarem serviços no interior!
Vozes do PS: — Muito bem.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Vou recordar-lhe a questão dos governos civis, porque o Sr. Deputado, como
um homem de Viseu, sabe bem da importância que os governos civis tinham nos distritos do interior.
Protestos do CDS-PP.
Os senhores também vão extinguir freguesias — sim, é de extinção de freguesias que se trata! —, que são,
muitas vezes, a última presença do Estado no interior. É o seu Governo e é a sua maioria que vai extinguir
essas freguesias.
Vozes do CDS-PP: — Tenha vergonha!
O Sr. Mota Andrade (PS): — Querem também encerrar tribunais. O Sr. Deputado não está a par da luta
das populações, da luta dos autarcas para que o encerramento de tribunais não aconteça? Pois, Sr. Deputado,
é o Governo que o senhor apoia que quer encerrar tribunais no interior.
Tal como estão a encerrar pousadas de juventude e têm completamente abandonadas as áreas protegidas
— e V. Ex.ª também sabe bem da importância dessas áreas protegidas no interior. Fizeram cortes e acabaram
com os benefícios fiscais no interior, sem qualquer contrapartida.
Bem recentemente, acabou a carreira aérea entre Lisboa, Vila Real e Bragança, prejudicando seriamente
os distritos de Vila Real e de Viseu — o norte de Viseu, como o Sr. Deputado sabe —, bem como o distrito de
Bragança.
Protestos do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.
Deixe que lhe diga: têm encerrado valências na saúde, e isso não é nada despiciendo nos distritos do
interior, em função do envelhecimento a que esses distritos foram assistindo, ao longo do tempo.
Se o Sr. Deputado quer ser útil ao interior, tem aqui um momento em que tal pode acontecer. Sabe qual é,
Sr. Deputado? É exigir que o helicóptero de emergência médica que serve os distritos de Vila Real, de Viseu
também, da Guarda e de Bragança continue sediado em Macedo de Cavaleiros. Sabe porquê, Sr. Deputado?
Porque querem tirar esse helicóptero de Macedo de Cavaleiros!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não querem nada!
O Sr. Mota Andrade (PS): — Ele só está ainda hoje em Macedo de Cavaleiros, porque houve uma
providência cautelar metida pelos autarcas e os tribunais decidiram a permanência do helicóptero enquanto
não houver decisão final deste caso.
Fica a saber V. Ex.ª — para quem os números são tão importantes e não as pessoas — que esse
helicóptero, desde novembro, altura em que devia ter sido retirado, já saiu 26 vezes em missão. Esse
helicóptero saiu 26 vezes em missão e, seguramente, salvou várias vidas!
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.