I SÉRIE — NÚMERO 30
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agrupamentos de centros de saúde, o Bloco de Esquerda apresenta hoje, aqui, um projeto de lei, no mínimo,
sui generis.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — É que, Srs. Deputados do Bloco de Esquerda, o Governo já tomou
essa iniciativa antes. E permitam-me que vos diga que, embora os senhores digam que o Governo iniciou «um
corrupio de nomeações», que terá tido, segundo os senhores, «como critério principal, a filiação nos partidos
do Governo, ou a proximidade à ideologia neoliberal que defende o fim da prestação de cuidados gerais de
saúde de qualidade pelo Serviço Nacional de Saúde, a toda a população», foi o mesmíssimo Governo que,
muito recentemente, aprovou diplomas — que já estão para promulgação — que regulam os critérios de
recrutamento e seleção no âmbito dos hospitais e centros hospitalares EPE, bem como no âmbito dos ACES e
das unidades locais de saúde (ULS).
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: No passado dia 4 de
outubro, o Conselho de Ministros aprovou um diploma que altera o Decreto-Lei n.º 28/2008, relativo à criação,
estruturação e funcionamento dos agrupamentos de centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde.
Com este diploma, Sr. Deputado João Semedo, passa a ser obrigatória a aplicação do modelo de avaliação
da adequação curricular; passa a ser competência do membro do Governo responsável pela área da saúde a
definição do perfil, experiência profissional e competências de gestão adequadas às funções de diretor
executivo; o membro do Governo responsável pela área da saúde deverá informar a Comissão de
Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP) das características definidas para as
funções de diretor executivo; o diretor executivo é designado pelo membro do Governo responsável pela área
da saúde, sob proposta fundamentada do conselho diretivo da respetiva ARS, juntamente com uma nota
relativa ao currículo académico e profissional da pessoa em questão; esta proposta fundamentada da ARS
deve, ainda, Srs. Deputados, ser acompanhada de uma avaliação, não vinculativa, de currículo e de
adequação de competências da pessoa em questão ao cargo de diretor executivo.
Mas já em agosto, Srs. Deputados do Bloco de Esquerda, o Conselho de Ministros tinha aprovado um
diploma relativo às unidades de saúde EPE, que prevê, entre outras, as seguintes alterações: estatui que os
membros dos conselhos de administração sejam designados de entre individualidades que reúnam os
requisitos previstos no Estatuto do Gestor Público; que possuam experiência de gestão empresarial, de
preferência, na área da saúde; que o diretor clínico seja um médico e o enfermeiro-diretor um enfermeiro, o
que me parece redundante.
Portanto, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, parece-me que a questão do «corrupio de nomeações
políticas», que tanto preocupa o Bloco de Esquerda, está devidamente blindada e salvaguardada. Podem os
Srs. Deputados do Bloco de Esquerda ficar descansados, que este Governo não dá, de forma alguma,
primazia a filiações partidárias.
Com os diplomas recentemente aprovados em Conselho de Ministros e que acabei de referir, fica
demonstrado que a primazia é dada ao mérito, à excelência, à experiência, à competência e à qualidade. São
estes os indicadores pelos quais se rege este Governo.
Permitam-me só apresentar duas notícias de hoje, segundo as quais o Governo abriu 1700 vagas para
internato médico e a despesa na saúde, em Portugal, é a quarta que mais vai subir em todo o mundo. Isto são
verdadeiras notícias, isto são boas notícias!
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno André
Figueiredo.