14 DE DEZEMBRO DE 2012
43
Por isso mesmo, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, há uma teimosia e um bloqueio deste Governo
que vai ao arrepio da jurisprudência, do Provedor de Justiça e da Procuradoria-Geral da República, que o PS
não aceita.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago,
do PCP.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Em outubro de 2012, eram já 48 as
sentenças em tribunal contrárias à pretensão do Governo — do Ministério da Educação, do CDS —, que
entende não pagar as compensações por caducidade do contrato de trabalho aos professores que ficaram
sem o seu posto de trabalho, involuntariamente.
Depois de o PCP ter trazido, nessa altura, esta matéria à Assembleia da República, agora que já são 75 as
sentenças em tribunal contra este Governo…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Uma vergonha!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … que se comporta como um autêntico marginal, um fora da lei, contra os
professores, saudamos o Partido Ecologista «Os Verdes» por ter trazido este debate ao Plenário da
Assembleia da República.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — O que fica muito claro neste debate pelas intervenções do PSD e do CDS —
e da parte do PCP escusar-me-ei a aprofundar mais, porque apresentámos um projeto de resolução sobre
esta matéria, que em outubro a direita teve o cuidado de chumbar para proteger o Ministério da Educação! —
…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … é que, independentemente da lei, o que está em causa é não quererem
pagar as compensações!
Protestos do CDS-PP.
Tanto faz a lei! Se for preciso, até a alteramos!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Está no Orçamento do Estado!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Ficámos a saber, pela voz do Sr. Deputado do CDS, que é o partido que
manda no Ministério da Educação, que este Ministério tem uma proposta para alterar esta legislação. Esta
alteração, que deve estar a ser preparada nos gabinetes do Governo, visa, no essencial, garantir que não há
pagamento das compensações por caducidade do contrato de trabalho.
O que está em causa, Srs. Deputados, é que a lei em vigor não é ainda a legislação que os Srs. Deputados
referem. E, relativamente à legislação em vigor, constata-se, não só no entendimento do PCP como no dos
tribunais — e já são 75 as sentenças favoráveis aos professores — e, mesmo, no do Provedor de Justiça, que
há lugar ao pagamento por caducidade do contrato de trabalho.
Srs. Deputados do PSD e do CDS, foram os senhores e o vosso Governo que ampliaram o desemprego
entre os docentes, que alteraram a conceção de necessidades transitórias das escolas e a Sr.ª Deputada