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I SÉRIE — NÚMERO 32

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Depois, quanto ao incidente, Srs. Deputados, é lamentável que, tendo vós criado o incidente, venham

sugerir que a responsabilidade pelo mesmo não é vossa.

Por um lado, permitiram-se impedir aquilo que jamais poderiam impedir, que é a legitimidade do exercício

de um direito potestativo, nos termos do Regimento.

Por outro lado, continuam a esquecer completamente aquilo que fez parte dos nossos próprios argumentos

esta manhã: duas ou mais comissões parlamentares — artigo 105.º do Regimento — podem reunir em

conjunto para o estudo de assuntos de interesse comum.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — E então?!

O Sr. Jorge Lacão (PS): — Então, os Srs. Deputados querem escamotear que, se há evidência de um

assunto de interesse comum, é o da aplicação direta da Constituição em matéria de serviço público de rádio e

televisão?!

Aplausos do PS.

Terceiro ponto: o Sr. Deputado Nuno Magalhães veio insinuar que teríamos algum compromisso, no que

diz respeito ao Memorando de Entendimento, e em matéria de programa de privatizações, em relação à RTP.

Falso, Sr. Deputado Nuno Magalhães, completamente falso!

Aplausos do PS.

Nunca assumimos qualquer compromisso, porque sempre dissemos que éramos contrários à privatização

do serviço público de rádio e televisão. E, para que a história não seja mal contada, Sr. Deputado, vou avivar a

sua memória: quando, um dia, um membro do Governo de que fiz parte admitiu, por ele, a possibilidade da

privatização,…

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ah!

O Sr. Jorge Lacão (PS): — … eu, com a responsabilidade da tutela, vim fazer uma declaração solene, se

me permite que o diga assim, em nome do Governo, clarificando, de forma inequívoca, que o Governo de que

fazíamos parte era completamente contrário à privatização da rádio e televisão no nosso País.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — Má memória!

O Sr. Jorge Lacão (PS): — Por isso, Sr. Deputado Nuno Magalhães, vamos, finalmente, ao que importa. E

o que importa, Srs. Deputados, é que o Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, com a tutela da

comunicação social, venha, urgentemente, superando o vosso bloqueio, à reunião conjunta da Comissão de

Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e da Comissão para a Ética, a Cidadania e a

Comunicação discutir, de forma cabal e completa, as incidências constitucionais de qualquer putativo modelo

de privatização da RTP. Isto é o que importa e importa fazê-lo antes que o Conselho de Ministros se atreva,

repito, se atreva a tomar uma decisão para a qual não tem legitimidade, sem conhecer todas as incidências do

pensamento da Assembleia da República sobre esta questão em matéria de constitucionalidade.

Portanto, Sr. Deputado Nuno Magalhães, a minha questão ao CDS e ao PSD vai no sentido de saber se

assumem hoje, aqui, de forma inequívoca, o compromisso de, antes de o Governo tomar uma decisão que crie

um qualquer facto consumado e responsabilidades perante terceiros, realizar um debate, até às últimas

consequências de esclarecimento, aqui, na Assembleia da República. Este é o ponto em relação ao qual os

senhores ainda não se pronunciaram. Pronunciem-se, Srs. Deputados!