20 DE DEZEMBRO DE 2012
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A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Nenhum!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — De resto, deixe-me que lhe diga, cara a cara, que não lhe reconheço
qualquer autoridade moral, como membro de um Governo que foi aqui objeto de uma comissão de inquérito,
por força de pressões que fez, junto de um canal privado de televisão, para acabar com um determinado
programa, um determinado telejornal, de uma determinada jornalista. Não lhe admito que dê lições de moral a
nenhuma destas bancadas.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Portanto, de duas, uma: ou o Partido Socialista quer esclarecer o assunto, e bem, e contará, no local
próprio, com o apoio do CDS, e depois de tomada uma decisão na Comissão para a Ética, apresentando,
potestativamente ou não, um requerimento para ouvir o Sr. Ministro — isto, do ponto de vista daquilo que deve
ser a fiscalização e o prestígio das instituições, será um serviço que o Partido Socialista fará à democracia —
ou se mantém como um partido de protesto, uma espécie de…
Protestos da Deputada do PS Isabel Alves Moreira.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Termino já, Sr.ª Presidente, e agradeço a sua complacência.
Como estava a dizer, Sr. Deputado, ou o Partido Socialista quer esclarecer o assunto ou se mantém numa
espécie de partido do incidente, de partido do positivismo excessivo, de partido que se agarra ao Regimento
para o pequeno truque parlamentar.
A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Não é isso que se espera do maior partido da oposição, não é isso
que os portugueses merecem.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão.
O Sr. Jorge Lacão (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães, desculpe que lhe diga, mas o
que aqui o vi fazer, politicamente falando, foi atirar à sorte e às cegas,…
Aplausos do PS.
… como no jogo da batalha naval. Tiro na água, Sr. Deputado! Tiro na água!
Primeiro, veio censurar-me por eu ter utilizado a expressão «raça»,…
A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — E é censurável! Sabe bem que é censurável!
O Sr. Jorge Lacão (PS): — … mas o Sr. Deputado esqueceu-se de que, precisamente na Constituição, de
que tanto estamos a falar, no artigo 13.º, n.º 2, se estabelece o seguinte: «Ninguém pode ser privilegiado,
beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência,
sexo, raça, (…)», etc. Foi exatamente disso que falei! Disse que ninguém podia ser discriminado em razão da
raça, porque se tratava de uma inconstitucionalidade grosseira.
Aplausos do PS.