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I SÉRIE — NÚMERO 48

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Sr.ª Presidente, peço-lhe só mais um segundo de tolerância para dizer o seguinte: as condições de

mercado que hoje justificam que o Ministro que foi responsável pelo processo de desestruturação seja hoje

responsável pelo processo de reestruturação são hoje as mesmas que eram há ano e meio. Não mudou

rigorosamente nada! Esta é, de facto, uma saga para desvalorizar o ativo Radiotelevisão Portuguesa.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Manuel Seabra, obrigada pelas questões que

me colocou.

Concordo, em grande parte, com o que o Sr. Deputado aqui disse. É verdade que o Ministro Relvas e o

Presidente do Conselho de Administração da RTP sabem, efetivamente, quantos trabalhadores vão despedir.

Está claro, sabem! O que eles temem é dizê-lo, porque temem a luta dos trabalhadores.

Risos do PSD.

É verdade!

Eles temem que, aquando do anúncio do número de despedimentos, haja uma convulsão, uma revolta dos

trabalhadores. E se dúvidas havia sobre isso é só ouvir as declarações do Presidente do Conselho de

Administração, que ontem disse, no canal RTP1, que não punha de parte o cenário de despedimento coletivo.

A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — É a vida!

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — É a vida, a vida dos trabalhadores e não a sua, provavelmente! Não deve ser a

sua, provavelmente!

Aplausos do PCP.

Protestos da Deputada do PSD Carla Rodrigues.

Srs. Deputados, aquilo que importa aqui é o escamotear, como todo o processo, aliás, que esteve

subjacente ao tratamento desta questão, da verdade, é faltar à verdade.

Há, no entanto, Deputado Manuel Seabra, um aspeto que não posso deixar de aqui relevar. É que o PS

também tem uma quota-parte de responsabilidade neste processo de desmantelamento do serviço público.

Não posso deixar de dizer que a suspensão da emissão das ondas curtas aconteceu pela voz de um

secretário de Estado do Governo socialista, o então Secretário de Estado Jorge Lacão. Sabemos o quanto

esse facto abriu portas a este cenário, àquilo que há dois dias atrás o Ministro Relvas disse, que foi a

confirmação da suspensão definitiva do encerramento da emissão de onda curta, serviço, aliás, imprescindível

para as comunidades portuguesas, para a diáspora, a qual, diga-se de passagem, é tão valorizada pela direita,

mas que a este propósito se está completamente borrifando — perdoem-me a expressão.

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é da Sr.ª Deputada Francisca Almeida, do PSD.

Tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Carla Cruz, nós

já estamos, de alguma forma, habituados a esta adjetivação hiperbólica e catastrofista do Partido Comunista.

O Sr. João Oliveira (PCP): — «É a vida!».