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1 DE FEVEREIRO DE 2013

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A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Falou em desmantelamento e em destruição da RTP. Deixe-me dizer-

lhe, Sr.ª Deputada, que o que está em cima da mesa é discutir a sustentabilidade e a eficiência da RTP.

Vozes do PSD: — Muito bem!

Vozes do PCP: — É, é!…

A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Quando diz que os custos da RTP são custos razoáveis, deixe-me

dizer-lhe que o que se pagou pela RTP no último ano esteve na ordem dos 540 milhões de euros. Parece-lhe

razoável, Sr.ª Deputada?

O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso é para quem ainda acredita no Pai Natal!

A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Deixe-me dizer-lhe que quem paga isto são os portugueses que a Sr.ª

Deputada defende. Este é o valor da dívida e o valor dos custos operacionais, que ficaram na ordem dos 221

milhões de euros. É um valor que lhe parece razoável, Sr.ª Deputada? Nós queremos ir mais longe.

Deixe-me dizer-lhe também, Sr.ª Deputada, que o PSD foi absolutamente transparente neste processo.

Colocámos a questão da privatização no programa eleitoral, no Programa do Governo, subordinada às

condições de mercado. O Governo conduziu o processo com a maior ponderação e cuidado, quando a

oposição, durante um ano e meio, dizia que a privatização da RTP constituía uma obsessão da maioria, que

carecia de sentido, que queríamos ver a RTP vendida a preço de saldo, que faríamos o negócio a todo o

custo. E ouvimos até insinuações, por parte da esquerda, de que o negócio já estaria feito.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E esteve!

A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Deixe-me dizer-lhe, Sr.ª Deputada, e também ao Partido Socialista: os

Srs. Deputados dizem que são contra a privatização, particularmente o Partido Socialista, mas também são

contra a reestruturação. No fundo, os Srs. Deputados são contra tudo, são Deputados do contra.

Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.

E nisso reside, verdadeiramente, a essência da vossa posição quanto à RTP. O vosso projeto para a RTP

é serem do contra. A RTP, para os Srs. Deputados, não é mais do que uma arma de arremesso político.

O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Muito bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Esse argumento adianta muito para a discussão!…

A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — E esse não é, decididamente, o nosso caminho. Nós temos um projeto

para a RTP e não alinhamos nesse tipo de manobra política.

Sr.as

e Srs. Deputados, para nós, a RTP tem de ter, de facto, um serviço público de qualidade e de

excelência, mas tem de assentar numa lógica de sustentabilidade, no sentido de que os portugueses não o

paguem duas vezes e que assente exclusivamente na taxa do audiovisual.

O Partido Social Democrata deseja, por isso, que este processo de reestruturação possa dar aos

portugueses uma RTP mais eficiente, mais forte e mais sustentável.

Deixe-me dizer-lhe, Sr. Deputado Manuel Seabra, que também nós fazemos questão que o Sr. Presidente

do Conselho de Administração da RTP venha ao Parlamento explicar e dar todos os detalhes sobre o plano de

reestruturação. Mas participaremos nessa audição de forma construtiva, apresentando as nossas próprias

propostas, se for o caso, e não boicotando, à partida, aquele que é um plano para a RTP, que é um plano de

futuro, em que os senhores fazem questão de estar do contra, quer se trate de uma matéria, quer se trate,

justamente, do seu contrário.