I SÉRIE — NÚMERO 61
34
O Sr. António José Seguro (PS): — … não pode haver um partido da coligação bom e um partido da
coligação mau.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. António José Seguro (PS): — Não pode haver uma evolução na continuidade!
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. António José Seguro (PS): — O que os portugueses exigem é uma coisa muito simples: parar com
as políticas de austeridade. Mudança na saída para a crise.
O que os portugueses, hoje, ficaram a conhecer, com maior clareza, é que o Partido Socialista tem uma
alternativa responsável para devolver a confiança aos portugueses!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados e Srs. Ministros, termina aqui o debate de urgência, requerido pelo
Grupo Parlamentar do PS, pelo que vamos passar ao segundo ponto da ordem do dia, que consiste na
discussão conjunta, na generalidade, dos projetos de lei n.os
358/XII (2.ª) — Estabelece a amnistia pelo
incumprimento de pagamento de propinas universitárias por comprovada carência económica e introduz a
isenção total de propinas no ano letivo de 2013/2014 (BE), 361/XII (2.ª) — Financiamento do ensino superior
público (PCP) e 362/XII (2.ª) — Estabelece um regime transitório de isenção do pagamento de propinas e de
reforço da ação social direta e indireta aos estudantes do ensino superior público (PCP).
Neste debate, o PCP e o Bloco de Esquerda, como autores das iniciativas, dispõem de mais 1 minuto de
tempo de intervenção. Para apresentarem os projetos de lei, estão já inscritos os Srs. Deputados Luís
Fazenda e Rita Rato, do BE e do PCP, respetivamente.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda traz, hoje, a
debate nesta Câmara uma iniciativa que está absolutamente focada na questão das propinas universitárias do
ensino público.
Já aqui trouxemos outras iniciativas, para tentar impedir situações punitivas por parte das instituições
universitárias, nomeadamente de penhoras aos estudantes, de exposição do incumprimento, que está a ser
feita publicamente. Mas tudo isso foi debalde, porque a maioria não foi sensível a nenhuma dessas
circunstâncias.
Hoje, sabemos que podemos estimar em cerca de 20 000 os estudantes que já abandonaram, só neste
ano letivo, o ensino superior por impossibilidade de pagamento de propinas. No ano passado foram 11 000.
Ou seja, estamos a caminhar para uma situação devastadora do ponto de vista já não apenas da seletividade
social mas da capacidade que o País tem para renovar os seus quadros, para qualificar o seu potencial
económico e o seu potencial de cidadania no futuro.
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — São 300 milhões de euros que estão cometidos às instituições públicas
através do pagamento de propinas. Pode dizer-se que é uma despesa elevada, mas é uma despesa
estratégica para o futuro, é uma despesa absolutamente necessária para a retoma económica.
Este Governo não quer fazer, este ano, uma amnistia limitada a um grupo de estudantes que, neste
momento, não consegue pagar as suas propinas; no entanto, fez uma amnistia para a repatriação de capitais,
no valor de 3000 milhões de euros, considerando uma taxa de 7%, o que é um escândalo para todos os
portugueses que pagam IRS! Inclusivamente, metendo nesse «embrulho» um banqueiro desditoso, que andou
aí com uns dinheiros, por aqui e por além, que até teve de ir ao Banco de Portugal para comprovar a sua
idoneidade.