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8 DE MARÇO DE 2013

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Por outro lado, afirmou que eu disse há pouco, da tribuna, que tudo estava a correr, o que não é verdade.

Não ouviu com atenção aquilo que eu disse, pelo que terei todo o gosto em reler-lhe uma passagem da minha

intervenção: «Dirão, todavia, os partidos da oposição que nem tudo correu bem, que o desemprego é maior do

que o esperado ou que a recessão é superior ao previsto. E é verdade. De nada vale escamoteá-lo.»

O Sr. João Oliveira (PCP): — É o dobro do previsto!

A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — «Mas ninguém nesta Câmara negará, por certo, que estamos hoje

mais perto de resgatar a nossa soberania financeira e de colocar o nosso País em condições de voltar a

crescer.»

Sr.ª Deputada, não vale tudo em política!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Nós assumimos as nossas responsabilidades perante quem nos elegeu. Assuma também, com verdade, as

suas responsabilidades perante quem a elegeu.

Quanto à questão do rating, deixe-me dizer-lhe, Sr.ª Deputada, que tenho alguma dificuldade em

compaginar aquilo que disse o Bloco de Esquerda, quando teve lugar o corte do rating em julho de 2011, e o

que a Sr.ª Deputada diz hoje. Em julho de 2011 o corte do rating era, segundo dizia o Bloco de Esquerda, a

resposta dos mercados à austeridade e, hoje, diz a Sr.ª Deputada que a estabilização é um prémio do BCE e

dos credores ao Governo e à economia. Pergunto-lhe, pois, Sr.ª Deputada, em que é que ficamos.

A Sr.ª Deputada Cecília Meireles tem toda a razão quando diz que o Partido Socialista precisa de assumir

as suas responsabilidades, porque é isso que, neste momento, se exige ao maior partido da oposição.

As decisões que temos de tomar mudam, de facto, o paradigma da governação para as próximas

gerações, pelo que é necessário que todos os partidos, nomeadamente os do arco da governação, se

comprometam com estas decisões. É necessário um consenso social e político, e o Partido Socialista, não

participando na comissão que aqui aprovámos para discutir a reforma no Estado social, mostra que enveredou

por uma lógica populista, demagógica, de quem prefere trabalhar para as próximas eleições ao invés de

trabalhar em benefício do País e dos portugueses.

Aplausos do PSD e do CDS.PP.

A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.

O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: A ditadura da austeridade tem-nos

conduzido à recessão, ao retrocesso social e a um aumento descontrolado do desemprego.

A situação social e económica tornou-se insustentável. O drama que vive cerca de um milhão de

portugueses desempregados e as suas famílias não tolera mais perda de tempo.

A total ausência de soluções por parte do Governo tem vindo a gerar o descontentamento e protestos

públicos que não podem ser ignorados. Não há retórica que esconda ou apague a realidade.

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!

O Sr. Alberto Martins (PS): — É preciso parar esta política que só nos conduz ao empobrecimento. A

disciplina orçamental e a dinamização da economia devem, e podem, aplicar-se de forma articulada.

A austeridade não resolveu e não resolve o problema da dívida e o problema do défice. Pelo contrário, as

medidas adotadas pelo Governo têm vindo a provocar o aumento colossal do desemprego e a gerar uma

espiral recessiva.

Vozes do PS: — Muito bem!