8 DE MARÇO DE 2013
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Gostaria ainda de dizer-lhe que, manifestamente, esta boa notícia não é um fim em si mesmo. O nosso
objetivo não é que Portugal tenha uma boa imagem externa. O nosso objetivo é aquilo que pode melhorar na
vida dos portugueses se Portugal passar a ter, no exterior, uma imagem de País cumpridor e de País
respeitador de compromissos, imagem que perdeu mercê da governação do Partido Socialista.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — As peripécias dos submarinos ajudaram muito!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Portanto, não deixa de ser extraordinário ouvir as intervenções do
Partido Socialista, como se tivesse aterrado numa qualquer nave espacial, há um ano, e não tivesse
rigorosamente nada a ver com os problemas estruturais que Portugal enfrenta e enfrentou.
É bom lembrar que os senhores governaram nos 13 dos últimos 15 anos, por isso é bom recordar que têm
muita responsabilidade nisso. Em segundo lugar, é também bom lembrar que não foi este Governo que pediu
a intervenção da troica.
Em face disto, a questão que lhe coloco, Sr.ª Deputada, é se não dá vontade de perguntar ao Partido
Socialista o seguinte: se o problema é só a troica, para que é que chamaram a troica? Outra questão, Sr.ª
Deputada: se o problema é muito mais do que a troica e se é muito mais do que a intervenção da troica, então
não seria de o Partido Socialista ser capaz de se sentar, responsavelmente, para encontrar consensos?
Sabemos que é difícil, sabemos que pode ser impopular, sabemos que pode tirar votos a quem quer ir para
o poder muito depressa, mas é aquilo de que o País precisa, é o que é responsável fazer e é o que é
patriótico.
Não seria de o Partido Socialista, de uma vez por todas, ser capaz de assumir a responsabilidade, não só a
que tem mas a que deve ter, e sentar-se, responsavelmente, encontrando consensos que possam fortalecer
Portugal ao nível dos nossos parceiros e fortalecer também a nossa economia?
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, pelo BE, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Francisca Almeida, devo dizer-lhe, muito
sinceramente, que houve um momento em que pensei não colocar-lhe qualquer questão.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Ah!…
A Sr.ª Ana Drago (BE): — É que, na verdade, há aqui um jogo complicado, um tango a três, que está a ser
dançado nos últimos dias, que tem passos para a frente e passos para trás, e um Governo, enfim, um
bocadinho bipolar, que tem dias.
Na sexta-feira passada, o Sr. Ministro Paulo Portas veio a esta Assembleia e, utilizando uma estratégia de
sedução, ofereceu uma rosa ao Partido Socialista, aliás, como agora a Sr.ª Deputada Cecília Meireles
ofereceu um lugar, uma cadeira, para o Partido Socialista vir discutir os cortes — obviamente, os 4000 milhões
de euros — e toda a política da troica.
No último debate com o Sr. Primeiro-Ministro, e agora na segunda intervenção, o PSD faz o papel do
polícia mau que vem afastar e dar uma canelada no Partido Socialista.
Portanto, temos aqui um Governo que anda com dificuldade em acertar o passo, a verdade. Não quero,
obviamente, dar conselhos ao Partido Socialista, mas é que, para andar atrás do Memorando da troica, enfim,
o CDS é a cenoura e o PSD faz o papel do bastão. Mas esse é um debate que os senhores, os três, terão
quando entenderem sobre como pretendem defender o Memorando.
O que gostaria verdadeiramente de perguntar à Sr.ª Deputada são duas coisas muito específicas. A
primeira é se vale dizer tudo — quero dizer, independentemente do contexto, das palavras, das posições
assumidas pelo Sr. Primeiro-Ministro no debate de ontem — sobre o salário mínimo? Como é que a Sr.ª