8 DE MARÇO DE 2013
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A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — … apresentando propostas de cuja inexequibilidade está bem ciente
ou que estão já no terreno pela mão deste Governo, apenas para que não se diga que nada apresentou.
Fica claro que o Partido Socialista não quer comprometer-se com uma alternativa, não quer comprometer-
se com o País e não quer comprometer-se com os portugueses. Prefere «passar entre os pingos da chuva»,
entre o populismo e a demagogia. Mas, a seu tempo, a história tratará de julgar o que já Dante Alighieri julgara
com propriedade na Divina Comédia: «No inferno, os lugares mais quentes são reservados àqueles que
escolheram a neutralidade em tempo de crise».
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada Francisca Almeida, inscreveram-se, para lhe pedir esclarecimentos, os
Srs. Deputados José Junqueiro, do PS, João Oliveira, do PCP, Cecília Meireles, do CDS-PP, e Ana Drago, do
BE.
Tenho a informação da sua bancada de que a Sr.ª Deputada responderá a grupos de dois oradores.
Tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Francisca Almeida, ouvi com atenção a sua
intervenção e devo dizer-lhe que até apreciei o esforço que fez. Mas gostaria de lhe dizer, depois dos 9
minutos que durou a sua intervenção, uma coisa muito direta: Portugal, hoje, está pior, não está melhor do que
estava quando este Governo entrou em funções. Esta é a realidade.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Deputada sabe, para além daquilo que são as afirmações do Sr. Primeiro-Ministro, que este Governo
tem um Ministro das Finanças que, em todas as previsões que fez até ao dia de hoje, nunca acertou numa
única previsão. E aquilo que era a recuperação esperada e anunciada transformou-se sempre numa recessão
profunda, cada vez mais indesejada e insuportável para todos nós.
Este é o seu Governo e não condiz com o teor do seu discurso.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. José Junqueiro (PS): — Diz também a Sr.ª Deputada que os juros estão mais baixos, que bateram
nos mínimos. Pois eu quero dizer-lhe que o desemprego bateu no máximo, nunca esteve tão alto.
Gostaria ainda de lhe dizer que a recessão bateu no máximo e que a economia desapareceu e bateu no
mínimo.
Estes é que são os dados concretos que sobrelevam e se sobrepõem a qualquer discurso, mesmo
esforçado, como o da Sr.ª Deputada.
O PS apresentou alternativas para a saída da crise. O Sr. Primeiro-Ministro, por medo, porque está cercado
pelas pessoas lá fora e pelo falhanço cá dentro, não compareceu a este debate. Mas esteve cá o Sr. Ministro
das Finanças e o Sr. Ministro de Estado Paulo Portas. E a verdade é que, quer o Sr. Ministro das Finanças
quer o Sr. Ministro de Estado Paulo Portas, deram bom acolhimento às propostas do PS e tomaram-nas como
razoáveis, o que quer dizer que as tomaram como boas.
Como é que a Sr.ª Deputada explica, então, esta vozearia dentro do Governo? O Primeiro-Ministro foge ao
debate e diz o contrário daquilo que disseram o Ministro das Finanças e o Ministro de Estado Paulo Portas, e
ainda hoje é contrariado por aquilo que são as afirmações do Sr. Ministro da Economia.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — É uma vozearia completa!
O Sr. José Junqueiro (PS): — Como é que a Sr.ª Deputada explica esta vozearia no Governo?
Aplausos do PS.