I SÉRIE — NÚMERO 63
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A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, o Sr. Primeiro-Ministro e o
seu Governo não enganaram ninguém quando disseram que a prioridade e o objetivo era o empobrecimento
do País.
Cortaram salários: empobrecimento! Cortaram pensões: empobrecimento! Cortaram no subsídio de
desemprego: empobrecimento! Cortaram no subsídio de doença: empobrecimento! Cortaram no complemento
de ajuda à terceira pessoa: empobrecimento! Ou seja, o objetivo primeiro deste Governo, de acordo com o
plano da troica, é o empobrecimento.
E a saga continua, repito, a saga continua, porque o Governo está a negociar, às escondidas, com a troica
um plano para continuar a empobrecer cada vez mais as pessoas.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Às escondidas? Como é que sabe?
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — O problema é que é «às escondidas com o rabo de fora».
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Se é às escondidas, como é que sabe?!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — É, é! É que o plano está de fora! É às escondidas com o plano de fora,
porque já vieram dizer que é necessário que o corte dos 6% no subsídio de desemprego se mantenha ad
eternum. Hão de vir dizer-nos que também no subsídio de doença é preciso cortar, porque as pessoas
adoecem porque querem. Hão de vir-nos dizer que é um luxo haver o complemento de ajuda a terceira
pessoa, quando os senhores sabem muito bem que há pensões de miséria e que essa ajuda terceira pessoa,
que ronda os 90 €, não é um luxo.
Empobrecimento é a palavra de ordem deste Governo, levada ao limite. A saga vai continuar. Por muito
que escondam a troica, o vosso plano está fora: troica escondida com plano de fora! Qual é o plano?
Empobrecimento!
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — A próxima declaração política é do PSD, pela Sr.ª Deputada Francisca Almeida.
Sr.ª Deputada, tem a palavra.
A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Terminará, a breve prazo, o
sétimo exame regular do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal. Os portugueses têm
enfrentado, com galhardia e coragem, as dificuldades que o pedido de ajuda externa e o caminho para
resgatar a nossa soberania financeira a cada passo nos têm imposto. Fomos capazes de granjear junto dos
nossos parceiros europeus, junto dos nossos credores e junto dos mercados um capital de confiança e de
credibilidade. É essa credibilidade e confiança em Portugal e nos portugueses que nos coloca em condições
de equacionar junto dos nossos parceiros uma extensão da maturidade dos empréstimos ou mesmo a
flexibilização das metas do défice. Porque cumprimos, porque sucessivamente fomos provando que somos
capazes.
Aplausos do PSD.
Dirão, todavia, os partidos da oposição que nem tudo correu bem, que o desemprego é maior do que o
esperado ou que a recessão é superior ao previsto. E é verdade. De nada vale escamoteá-lo. Mas ninguém
nesta Câmara negará, por certo, que estamos hoje mais perto de resgatar a nossa soberania financeira e de
colocar o nosso País em condições de voltar a crescer e de voltar a criar emprego do que estávamos no dia
em que Portugal pediu ajuda externa.
Aplausos do PSD.