8 DE MARÇO DE 2013
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A Sr.ª Odete João (PS): — Ora bem!
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — … não deviam estar isentos de consultas e aqui é que a
Sr.ª Deputada confundiu, porque, infelizmente, apesar de não estarem isentos de consultas, deixaram de
comparecer às consultas.
A Sr.ª Odete João (PS): — Exatamente!
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — E porquê, Sr.ª Deputada? Isso é que era interessante
perceber. Por que é que baixaram, na ordem dos 26,3%, as consultas de atendimento permanente? Por que é
que os portugueses não acedem às consultas? Não seria bom perceber? Talvez assim percebêssemos que
isto tenha alguma coisa a ver…
Srs. Deputados, penso que não podemos justificar tudo com o Memorando de Entendimento. Já
percebemos que foi tudo uma questão de «dose», que se foi muito para além do que estava previsto, criaram-
se situações de grande injustiça e está, de facto, em perigo o acesso dos portugueses à saúde.
Resta-me cumprimentar os peticionários por esta iniciativa que, antes de mais, é de extrema oportunidade.
Esperamos que tenha consequências.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — A Sr.ª Deputada, ao fim e ao cabo, sempre precisou de um
bocadinho da minha tolerância.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, o Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda quer saudar os peticionários que, mais uma vez, trazem à Assembleia da
República vários problemas concretos sobre a saúde dos portugueses. É mais um sinal das dificuldades dos
cidadãos e das cidadãs no acesso à saúde.
Por que será que as pessoas se manifestam? Por que será que as pessoas fazem petições à Assembleia
da República, se concentram junto aos centros de saúde, reivindicam mais médicos, reivindicam o
alargamento dos horários e transportes? Provavelmente, nas palavras das Sr.as
Deputadas das bancadas que
suportam o Governo do PSD e do CDS, será porque não têm mais nada que fazer ou, então, porque se
entretêm com estas coisas.
Não, Sr.as
Deputadas! As pessoas manifestam-se e trazem os problemas à Assembleia da República
porque eles são bem reais e existem! Só que acontece que esta maioria, o PSD e o CDS, estão
completamente imunes a tudo o que se passa na sociedade portuguesa. É um facto que a saúde está mais
cara: são as taxas; são os transportes; são os medicamentos; há menos saúde; é a redução dos horários; são
menos valências nos hospitais; são encerramentos de extensões de saúde. É isto que faz com que as
populações se movimentem. Esta é a verdade dos factos e só não a vê quem mesmo não quer ver.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Por isso, a população está a sofrer e todas estas políticas da saúde seguidas
pelo Governo estão a tornar-se um fator inibidor do acesso à saúde, havendo assim menos consultas.
Sr.as
e Srs. Deputados, e dirigindo-me também aos peticionários, quero dizer que o Bloco de Esquerda já
apresentou nesta Legislatura várias propostas concretas contra as taxas moderadoras e pela alteração dos
critérios para a isenção.
Vejam bem, Srs. Deputados, que diz a Sr.ª Deputada Teresa Caeiro: «Há tantas isenções com esse valor e
sem contar com o agregado familiar». Veja lá, Sr.ª Deputada, dada a situação em que este País está, se esses
critérios fossem considerados! Isso não é um fator de sucesso para o Governo.