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I SÉRIE — NÚMERO 73

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Aplausos do PSD e do CDS-PP.

De facto, nas três dimensões relevantes, Portugal apresenta hoje progressos importantes: na dimensão

estrutural, as reformas têm vindo a ser preparadas e executadas dentro dos prazos acordados e respeitam o

propósito de tornar a nossa economia mais competitiva, concorrencial e aberta, rompendo com o imobilismo e

a estagnação de mais de uma década; na dimensão financeira, a estabilização tem sido reforçada e o nosso

sistema financeiro está hoje devidamente capitalizado, deixando progressivamente de estar viciado em

políticas de crédito insustentável e merecendo a confiança dos aforradores; na dimensão macroeconómica, os

desequilíbrios persistentes na balança externa e no défice público têm vindo a ser corrigidos de forma

significativa, com a economia a registar, pela primeira vez em muitos anos, um excedente sobre o exterior e

com o Estado a reduzir o défice em termos estruturais em mais de 6 pontos percentuais do Produto Interno

Bruto em apenas dois anos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Pergunta-se, então, por que razão apresenta o Partido Socialista uma moção de censura ao Governo neste

contexto e, sobretudo, com que autoridade censura o PS estes resultados que, no passado, foi ele próprio

incapaz de conseguir.

Protestos do PS.

É realmente espantoso ver o partido que mais aumentou o défice do Estado em Portugal censurar a

maioria que o está a diminuir.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Ou ver o partido que menos reformas estruturais realizou, quando teve bastante e melhor oportunidade

para as concretizar, censurar a maioria que mais reformas tem produzido em Portugal.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Ou mesmo ver o partido que mais poupança destruiu e mais desequilíbrio externo provocou censurar a

maioria que mais conseguiu elevar a poupança e reduzir o défice da balança corrente.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Em suma, é espantoso, para não dizer perverso, que o partido que conduziu o País ao precipício financeiro

e que negociou o resgate externo apareça agora a censurar a maioria e o Governo apenas porque estamos a

cumprir os termos desse resgate e damos a cara pelo ajustamento inevitável a que nos conduziram.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A censura apresentada pelo PS não é apenas perversa e injustificada face aos resultados obtidos. Ela é

também infeliz no tempo em que se conjuga. Não me refiro apenas à incerteza envolvendo a área do euro,

mais recentemente relacionada com Chipre. Pretendendo temporalmente associar a discussão da censura

política à decisão que o Governo português está a negociar, em coordenação com o Governo irlandês, da

extensão das maturidades dos empréstimos europeus da troica, que culminará, dentro de pouco mais de uma

semana, nas reuniões que terão lugar em Dublin, o Partido Socialista mostra que nem aquilo que ele próprio

considera como de relevante interesse nacional o impede de levar por diante o seu propósito interno de criar

rutura com o Governo e instabilidade política no País.