4 DE ABRIL DE 2013
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas nós cá prosseguiremos o nosso caminho de trabalhar para mudar Portugal e para conquistar uma
esperança que mobilize os portugueses, sabendo que as dificuldades são enormes e que os sacrifícios têm
sido extraordinários, sabendo que a recuperação será lenta e recheada de riscos, exigindo o melhor de todos
nós com grande persistência, e sabendo que a correção dos desequilíbrios e das injustiças nos trará
incompreensões e cada vez mais demagogia.
Na verdade, a proposta que o PS apresenta ao País está ao nível do teor da moção de censura que hoje
discutimos. Trata-se de uma visão panfletária que explora demagogicamente a insatisfação com a crise e que
não sugere qualquer ideia construtiva e realista diferente da que o País vem trilhando.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Está, portanto, ferida no essencial, porque não representa um caminho
alternativo credível que pudesse ser consequente e está ferida ainda por atraiçoar o mandato de verdadeira
mudança que os portugueses confiaram, em junho de 2011, tanto à maioria, no Governo, como ao Partido
Socialista, na oposição.
Protestos do PS.
Portugal e os portugueses merecem todo o nosso respeito e o nosso empenho, mas Portugal e os
portugueses mereciam certamente mais do PS de hoje.
Aplausos do PSD e do CDS-PP, de pé.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, entramos agora no período intermédio deste debate com as
perguntas ao Sr. Deputado António José Seguro e ao Sr. Primeiro-Ministro.
O primeiro grupo de perguntas é dirigido ao Sr. Deputado António José Seguro e estão inscritos os
seguintes Srs. Deputados: Miguel Frasquilho, Miguel Santos, Adão Silva, Teresa Leal Coelho, António
Rodrigues e Emídio Guerreiro, todos do PSD, sendo que o primeiro orador dispõe de 5 minutos para pedir
esclarecimentos, como anunciei no início dos nossos trabalhos.
As perguntas dirigidas ao Sr. Primeiro-Ministro serão feitas pelos Srs. Deputados António José Seguro, do
PS, Luís Montenegro, do PSD, Nuno Magalhães, do CDS-PP, Jerónimo de Sousa, do PCP, Catarina Martins,
do BE, e José Luís Ferreira, de Os Verdes.
Começamos pelo grupo de perguntas ao Sr. Deputado António José Seguro, que, entretanto, informou a
Mesa que pretende responder individualmente a cada orador.
Tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Frasquilho.
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, em abril de 2011,
foi necessário recorrer à ajuda financeira externa, porque deixou de ser possível ao Estado português
financiar-se nos mercados, como era normal acontecer.
Desde então, vivemos tempos excecionais, tempos em que todos têm que estar à altura das suas
responsabilidades e em que o tradicional jogo político não devia ter lugar.
O Sr. João Oliveira (PCP): — E o senhor não soube fazer as contas!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Desgraçadamente, é neste enquadramento que o Partido Socialista
resolve apresentar uma moção de censura ao Governo.
Internamente, o Sr. Deputado resolve abrir esta frente de combate e dar a entender que quer ir por outro
caminho, prometendo ilusões; na vertente externa, contactou imediatamente a troica assegurando que as
metas do Memorando de Entendimento são para cumprir.