I SÉRIE — NÚMERO 78
28
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Cecília Meireles, também entendemos que deve
haver seriedade nesta matéria, por isso consideramos que o Governo deve assumir a opção política e
ideológica que tem em cima da mesa.
Este Governo quer destruir a MAC, quer desmantelar a MAC, quer destruir o Serviço Nacional de Saúde
para favorecimento das parcerias público-privadas na saúde e para favorecimento dos negócios na área da
saúde.
Vozes do PCP: — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Assumam, com franqueza, que é isto que querem fazer e sejam sérios nessa
assunção das responsabilidades! Não podem destruir a Maternidade Alfredo da Costa e dizer que estão a
defender o Serviço Nacional de Saúde, porque não estão.
Vozes do PCP: — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Estão, sim, a destruir e a desmantelar equipas que têm um nível de
interdependência e que são fundamentais para a qualidade do Serviço.
Srs. Deputados, deixem-me que vos diga que uma maternidade — designadamente, a Maternidade Alfredo
da Costa — é muito mais do que um armazém de partos. Se neste País há poucos partos, se temos a
natalidade que temos e se o Governo quer destruir a MAC, é porque temos um Governo que está disponível
para destruir o País: este Governo está a hipotecar o presente e o futuro de milhares de gerações!
As Srs. Deputadas do PSD e do CDS saudaram os peticionários presentes, mas devo dizer que o primeiro
peticionário desta petição não está presente. Sabem porquê? Porque emigrou, está no Reino Unido. É um
jovem, como milhares de outros jovens deste País, que não pode continuar a sua vida e constituir família no
seu País.
Vozes do PCP: — Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Por isso é que entendemos que um Governo que quer destruir a MAC, um
Governo que quer destruir o Serviço Nacional de Saúde e o País tem de ser posto a andar, tem de ser
demitido e têm de existir eleições!
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Fica, assim, concluída a discussão desta petição e dos três projetos
de resolução apresentados sobre a mesma matéria.
Vamos passar ao quinto ponto da ordem do dia, que consiste na apreciação da petição n.º 200/XII (2.ª) —
Apresentada pela ST & Sociedade de Publicações L.da
— Diário Económico, protestando contra um novo
aumento de impostos por considerar que o País atingiu o nível máximo de carga fiscal.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Elsa Cordeiro.
A Sr.ª Elsa Cordeiro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo esta minha intervenção
por cumprimentar duplamente os 56 000 peticionários, quer pelo gesto de cidadania quer pela oportunidade da
iniciativa.
O objeto desta petição — não ao aumento de impostos e, sim, à redução de despesas do Estado — tem de
merecer uma especial avaliação e ponderação política.
Realce-se que, a jusante, são sempre os cidadãos os destinatários e beneficiários das políticas públicas. A
gravidade do momento exige o compromisso de todos nós em encontrar uma solução para a redução efetiva,
sustentada e duradoura da despesa pública.
Esta discussão é urgente e terá de envolver todos os partidos com assento parlamentar na Assembleia da
República.