9 DE MAIO DE 2013
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de se compreender, porque se é uma empresa que presta um serviço público de qualidade e, ainda, contribui
para as receitas do Estado o Governo querer privatizar é de estranhar!?
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Portanto, o serviço público postal prestado pelos CTT, pelo
Estado, é um serviço de qualidade e continua a ser o garante do acesso de todos os cidadãos, em igualdade e
a preços acessíveis, a esse importante serviço público, além de que esta empresa pública continua a ser um
contribuinte líquido em termos de receitas para o Estado, e o Governo quer privatizar.
Creio que tem de ficar claro hoje que, se o Governo não for capaz de explicar os motivos que levam à
privatização dos CTT, nós temos de concluir o óbvio: o Governo pretende satisfazer a gula dos interesses
privados!
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas,
Transportes e Comunicações.
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Gostava de começar por clarificar que, dentro desta discussão, há dois debates de natureza
diferente que se misturam porque interessa a quem propôs este tema para debate no Plenário que eles se
misturem. Mas eles não têm qualquer razão para estar misturados.
Em primeiro lugar, não devemos confundir o serviço universal postal com a venda do capital, porque uma
coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — O primeiro ponto
que importa clarificar é que o serviço universal postal continuará a ser um serviço público essencial a ser
prestado para benefício de toda a população.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Haverá um contrato
de concessão, em moldes similares ao que existe hoje, que garante a proximidade do serviço, a regularidade
do serviço e a continuidade do serviço.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E a administração fica na Lapónia!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Nas Legislaturas
anteriores, quando passámos das estações de correios para os postos, os Srs. Deputados do PCP atiravam
sempre o «papão» de que havia a destruição dos serviços. A mudança era dentro do próprio Estado, mas
argumentavam que havia destruição do serviço. Porém, o processo decorreu com total normalidade e não
aconteceu nada.
Entretanto, um conjunto de outros serviços passou a ser prestado por pequenos negócios de proximidade
— pelas juntas de freguesia, pelo poder local — e diziam que também isso seria a violação de todos os
princípios. Nada aconteceu!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Nada aconteceu?!