9 DE MAIO DE 2013
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A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Ficou escuro!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Esse é o primeiro
aspeto.
O segundo aspeto que quero referir é que a qualidade, a regularidade e a proximidade do serviço também
não estão em causa no processo de privatização. Por mais que se acene com esse fantasma da quebra de
confidencialidade e da falta de regularidade, as cartas continuarão a chegar com a mesma regularidade que
até aqui e os serviços serão prestados com a mesma qualidade com que até aqui, por isso todas as pessoas
podem estar descansadas relativamente aos serviços postais, pois o Estado continua a assegurar que esse
serviço se mantenha público.
Há, depois, um terceiro aspeto que me parece importante voltar a sublinhar, o de que temos
despedimentos por via de processos desta natureza. O Sr. Deputado Bruno Dias até disse que 700 pessoas
tinham sido…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Disse 700 postos de trabalho!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Sim, 700 postos de
trabalho tinham sido reduzidos no último ano. Foram todos por reforma, Sr. Deputado.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Pois claro, postos de trabalho eliminados! Quem é que entrou?
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — As reformas são um
direito que o Governo respeita.
Da mesma forma, quando existe vontade do trabalhador de estabelecer com a empresa um acordo de
rescisão amigável, tem havido resposta positiva. Isto é verdade tanto nos CTT como nas empresas públicas
de transporte e em todos os outros serviços do Estado. Rescisões amigáveis são também possíveis.
Não queira, Sr. Deputado, manipular a vontade legítima e livre dos trabalhadores.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O senhor é que manipula!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Os trabalhadores
entendem que esse é o melhor recurso para o futuro e o Estado tem sido capaz, em conjunto com as
empresas, de lhes dar resposta.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Destruição de emprego!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Disse a Sr.ª
Deputada Mariana Aiveca que há um conjunto de cidadãos, os quais muito respeito, que me dirigirá postais
com a frase «não à privatização» e que eu lhes deverei responder.
Ora, julgo que esta é a Casa perfeita para dar a resposta. É aqui, perante vós, os legítimos representantes
do povo, que tenho a obrigação de dar a resposta, e ela foi dada ao longo deste debate: o serviço mantém-se,
mantém-se com a qualidade que teve até aqui, com os preços regulados, sem violar a confidencialidade, com
regularidade e com o reforço da proximidade, através de pequenos negócios e das juntas de freguesia.
Nesse aspeto, deixem-me ser claro mais uma vez: olhem para o exemplo que este Governo deu em
anteriores processos de privatização.
Vozes do BE: — Oh!…
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Estabelecemos um
caderno de encargos que a oposição dizia ser «um fato à medida», que era um caderno de encargos que tinha
«bilhete de identidade» próprio. Ora, o caderno de encargos da TAP demonstrou à saciedade que defendia