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9 DE MAIO DE 2013

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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Mas, quanto a isto, nada posso fazer, porque, de facto, esta questão

ideológica divide-nos.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Ainda para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: Nesta

altura do debate gostaria de sublinhar que, até agora, já houve vários Srs. Deputados da maioria que nos

deram os parabéns pela marcação deste debate de urgência, o que nos leva a perguntar que medo é que os

senhores tinham, quando impediram que este debate fosse feito na comissão e chumbaram a proposta que o

PCP apresentou.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É que podíamos ter cá chamado a administração dos correios e até a

ANACOM, que os senhores estão fartos de citar aqui, mas que impediram que fosse convidada a dar

explicações na Assembleia da República sobre este processo.

Portanto, é caso para dizer que os senhores estão muito contentes com o debate, porque não têm outro

remédio senão realizá-lo, já que o promovemos.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Por outro lado, a propósito das afirmações que são feitas contra as questões

ideológicas que aqui trazemos, quero dizer que a mais insidiosa, a mais perigosa e a mais cobarde das

ideologias é aquela que faz de conta que não é ideologia e que até se afirma contra as ideologias.

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — A posição ideológica mais cobarde é aquela que faz de conta que não é

ideológica, porque a ideologia é um enquadramento das ideias pelas opções que tomamos.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É que as escolhas políticas, as opções, as estratégias que são seguidas e os

interesses que elas vêm beneficiar têm de ser colocados em cima da mesa, Srs. Deputados. E não vale a

pena vir aqui fazer campanha autárquica, dizendo «lá na minha terra, sou contra o encerramento de estações

de correio», para dizer que isso até nem tem nada a ver com a política de privatização e liberalização do

serviço postal.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah, pois não!…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Aliás, é precisamente a partir do momento em que se afirma politicamente o

objetivo da privatização dos correios — num Governo PS, já lá vão uns 15 anos — que começa a cair em

flecha o número de estações e postos dos CTT, em sucessivos Governos do PS, do PSD e do CDS.

Ouvimos falar das dificuldades que nos atribuem em dizer bem de alguma coisa, mas, Srs. Deputados, não

vamos, seguramente, dizer bem da administração Horta e Costa e dos negócios que fizeram com os edifícios

dos CTT, que foram vendidos, no mesmo dia, duas ou três vezes,…

Vozes do PCP: — Exatamente!