11 DE MAIO DE 2013
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Dizem que isto é «bonito», pessoas que trabalham por menos de 310 € — «bonito», diz o Ministro Vítor
Gaspar!…
Há mais de meio milhão de pessoas em desemprego de longa duração, pessoas que, a cada ano que
passa, perdem qualificações e perdem oportunidade de encontrar emprego. E chamam a isto um
«ajustamento bonito»!…
Julgo que ninguém estranha que um Ministro que se orgulha de não prestar contas a ninguém e diz que
não foi eleito, ache muito bonito o País da pobreza e da «mala de cartão»!
Mas sabemos, sabe o País todo, que este já não é um Governo. Olhamos para este Governo e vemos o
que é: é a crise política — não é já só a crise económica, não é já só a crise financeira, é a crise política.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.a Deputada.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Crise política, Sr. Primeiro-Ministro é isto: é um Governo que encena
farsas, é uma economia a afundar, uma maioria sem nenhuma solução.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.a Deputada.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — E é um povo que, a cada duas semanas, ouve uma nova medida, um
novo ataque, uma nova forma de lhe dizer que não pode viver neste País.
O Sr. Primeiro-Ministro não dirige o Governo.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.a Deputada.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — O Sr. Primeiro-Ministro é o desgoverno, e, portanto, este é o momento de
sair, Sr. Primeiro-Ministro. Saia! Paulo Portas pedia isso ao anterior Primeiro-Ministro.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.a Deputada.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Dizemos-lhe, agora: saia Sr. Primeiro-Ministro. Não tem uma ideia para o
País!
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é de Os Verdes.
Tem a palavra a Sr.a Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, já há tempos, num debate, o Sr. Primeiro-
Ministro, que, às vezes, dá umas respostas fora do contexto político, disse uma coisa que, na altura, interpretei
de diversas formas, a propósito dos funcionários públicos. Foi o seguinte: «Sr.a Deputada, eu não sou
funcionário público!» Hoje, chegará, certamente, a esta Câmara e dirá: «Sr.a Deputada, eu não sou
reformado!»
Sr. Primeiro-Ministro, o que é que tem contra os reformados e os funcionários públicos deste país?
Risos do Deputado do PCP Honório Novo.
É isso que precisamos de começar a perceber.
Foram os dois grupos que o Governo elegeu, de modo a desgraçar completamente a vida a estas pessoas.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Primeiro-Ministro, queria fazer-lhe uma pergunta.