11 DE MAIO DE 2013
33
Temos uma emissão, que foi realizada justamente esta semana, até fevereiro de 2024, portanto, a um
pouco mais de 10 anos, que se saldou por um custo para o Estado (e, portanto, para os contribuintes, para os
portugueses) menor do que as operações de emissão de dívida pública a 10 anos (comparáveis, portanto) que
foram feitas pelo anterior Governo, ainda um ano antes de ter sido pedido o resgate (portanto, não foi por
causa do resgate) — ou seja, a um ano de antecedência de ser ter pedido um resgate ao exterior, o anterior
Governo fez emissões a 10 anos por um preço mais elevado do que aquele que nós estamos a contratar. A
taxa média de pagamento de juros da dívida portuguesa, excluindo os empréstimos da troica, representou, nos
últimos 10 anos, um valor superior ao que estamos a pagar pelos empréstimos da troica — cerca de 4,5%.
Se conseguirmos mostrar determinação na nossa vontade de equilibrar as finanças públicas, então, Sr.
Deputado, julgo que conseguiremos regressar, a custos de financiamento que não serão tão baixos quanto
aqueles que, para já, a troica nos oferece, mas que são mais baixos do que aqueles que historicamente
Portugal tem tido desde há mais de uma década — e isso, Sr. Deputado, é um sinal de esperança e de
progresso para o País.
Sei que, muitas vezes, é fácil olhar para a realidade do nosso ajustamento e dizer às pessoas «não é
preciso fazer mais nada, não devemos mexer nos salários, não devemos mexer nas pensões, não devemos
mexer na despesa do Estado; pelo contrário, vamos mexer-lhes para a aumentar, mesmo sabendo que não há
dinheiro para isso».
Julgo, Sr. Deputado, que esta forma de tratar os portugueses, com menoridade, com desprezo intelectual e
com mentira…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É melhor tratá-los como o senhor os trata!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — … não deixará com certeza saudades nos portugueses.
Os portugueses, hoje, sabem que estamos a passar por um momento de grande dificuldade, as pessoas
sabem os sacrifícios que estão a fazer para o ultrapassar, mas nós temos a consciência de que vamos
ultrapassá-lo. E não é com discursos vazios e proclamações vazias.
A Sr.ª Presidente: — Queira fazer o favor de terminar, Sr. Primeiro-Ministro
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas, Sr. Deputado, conseguiremos, hoje, desenvolver uma estratégia de
crescimento mais ativa, que não foi possível nestes últimos dois anos. E isto deve-se simplesmente ao facto
de não termos seguido os apelos da oposição.
Tivéssemos nós seguido os apelos da oposição e do Partido Socialista, até hoje, e aquilo que estaríamos
hoje a discutir não era o fecho do Programa de Assistência, não era o regresso aos mercados, não era o
financiamento para o País, não era o crescimento e o investimento;…
Aplausos do PSD.
… era, sim, o segundo resgate e a desordem, em Portugal. E isso, felizmente, deve-se às bancadas que
apoiam esta maioria, à persistência do Governo e à capacidade dos portugueses para enfrentarem com
sacrifício esta situação.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Membros do Governo, termina aqui o
debate. Cumprimento o Sr. Primeiro-Ministro e os Srs. Membros do Governo.
Srs. Deputados, vamos prosseguir com as votações regimentais, tal como está previsto.
Peço, então, aos Srs. Deputados o favor de se registarem.
Pausa.