11 DE MAIO DE 2013
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E nós sabemos, como os portugueses sabem, que o que nós contratámos foi um determinado montante
financeiro por um determinado período e, mais uma vez, quero dizer que falo à vontade porque não fui eu que
o contratei: três anos, 78 000 milhões de euros para garantir uma determinada trajetória de défice e de
ajustamento.
Ora, Sr. Deputado, essa realidade foi evoluindo na medida em que nós conseguimos quer em 2012 quer
em 2013 rever as metas do défice sem, no entanto, acrescentar ao envelope financeiro. Porquê? Porque, de
um lado, conseguimos acomodar o excesso de défice face à previsão inicial, dentro daquilo que são as nossas
medidas nacionais, e, do outro lado, financiar em mercado e com o produto das privatizações a diferença que
se verificou.
Portanto, Sr. Deputado, a realidade é a de que o País, dentro do montante de financiamento de que dispõe,
não pode despender mais despesa do que aquela que tem contratada, e o Governo não pode deixar de
apresentar medidas que coloquem o nosso nível de despesa dentro das disponibilidades que nós temos. Esta
é a realidade!
Devolvo-lhe a pergunta: onde é que o Sr. Deputado encontra financiamento para sustentar algumas das
medidas que aqui nos apresentou? O Sr. Deputado, entre muitas outras medidas do Partido Socialista, que eu
tenho acompanhado e que correspondem basicamente também a preocupações que nós temos e sobre as
quais estamos a trabalhar — falaremos disso com certeza —, insiste num conjunto de medidas que têm um
efeito sobre o défice, que é de agravar esse défice e, portanto, de necessitar de mais financiamento.
Sr. Deputado, para que estejamos também a falar da realidade, onde é que encontra esse financiamento
para sustentar esse défice adicional que propõe?
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Em segundo lugar, o Sr. Deputado falou na taxa sobre os pensionistas. É
público, porque o anunciei, que temos um problema de sustentabilidade no sistema de pensões. Por isso,
precisamos de fazer várias correções — não uma, são várias — no nosso sistema de pensões.
Estamos, evidentemente, disponíveis para conversar sobre essas matérias, dentro do compromisso que
assumimos com a troica, que é o de iniciar esse debate com medidas concretas. Isso não significa que elas
estejam fechadas; como eu enfatizei, elas estão em aberto para as podermos discutir.
Mas há várias medidas relativamente ao sistema de pensões: uma delas é esta possibilidade de termos
uma contribuição para a segurança social — não é para o défice público, é para a segurança social e,
portanto, para o défice da segurança social —, que possa ser suportada pelos pensionistas. Essa margem de
contribuição será tão pequena quanto nós conseguirmos, evidentemente, ganhos efetivos em outras áreas da
segurança social e quanto conseguirmos, de um modo geral, garantir uma sustentabilidade das finanças
públicas que não ponham em causa a realização das prestações sociais. Foi isso que anunciei por parte do
Governo.
Mas, Sr. Deputado, se tem outras ideias para suportar a sustentabilidade da segurança social, nós estamos
disponíveis para também as discutir, e aguardamos, evidentemente, que as possa apresentar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado António José Seguro, tem a palavra.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, é evidente que há uma
diferença entre nós, e cada vez maior.
O senhor considera o desemprego como uma inevitabilidade. Nós não pensamos dessa forma…
O Sr. João Galamba (PS): — Muito bem!
O Sr. António José Seguro (PS): — … e chamámos-lhe a atenção, várias vezes, que o aumento do
desemprego em Portugal não foi fruto de uma causa natural, não apareceu por acaso, é consequência das