I SÉRIE — NÚMERO 88
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suas políticas erradas e da sua política de austeridade, custe o que custar! E o senhor ouvirá sempre isto,
custe o que custar!
Aplausos do PS.
Aliás, respondo-lhe já à pergunta que me fez: Sr. Primeiro-Ministro, no ano passado, sabe quanto teve de
gastar a mais para subsídios de desemprego? Quinhentos milhões de euros! Sabe quanto é que deixou de
receber de contribuições para a segurança social? Setecentos e cinquenta milhões de euros! Some 500
milhões de euros com 750 milhões de euros e dá 1250 milhões de euros. Ora, isso agravou o défice e,
sobretudo, destruiu capacidade produtiva no nosso País e colocou no desemprego milhares de portugueses.
Temos 950 000 portugueses desempregados, temos 42% dos jovens portugueses que não estão a estudar
no desemprego, não contando com aqueles que estão emigrados. Isto não é vida para este País! E o Sr.
Primeiro-Ministro, não contente, continua a carregar no acelerador e a retirar rendimento a portugueses que já
não têm outras possibilidades de ir à procura de novas oportunidades ou de outros rendimentos. Estamos a
falar dos idosos, dos reformados e dos pensionistas, gente que trabalhou uma vida inteira e que tem o direito a
ter a sua pensão por inteiro e que, atualmente, fruto da crise e da sua política, são o sustento de muitas
famílias, porque têm filhos desempregados, porque pagam as escolas dos netos… São o sustento dessas
famílias. E o senhor não tem uma pinga de sensibilidade social e carrega com uma nova taxa e com um novo
imposto!
O senhor, na carta que enviou para a troica, o que assumiu foi que penhorava uma parte dessas pensões
para garantir o programa de ajustamento que contratou com a troica. Isso é inaceitável, Sr. Primeiro-Ministro!
É inaceitável e terá sempre o Partido Socialista pela frente se ousar prosseguir com essa medida!
Aplausos do PS.
Mas há outra coisa de que lhe quero falar: o senhor foi muito evasivo na declaração que fez há uma
semana e veio falar em convergência dos sistemas de pensões do público e do privado. Aqui, nesta bancada,
há muito tempo que somos a favor da convergência dos sistemas de pensões. Ela está em vigor no nosso
País desde 2005 e foi objeto de concertação social. Mas o que o senhor tem de explicar é como é que vai
conseguir, com essa convergência, reduzir a despesa em 700 milhões de euros no próximo ano. E não vai sair
deste Parlamento sem explicar se essa convergência se aplica, como deve ser, apenas para os novos
pensionistas ou se, pelo contrário, o senhor quer ir novamente ao bolso dos pensionistas e reformados
portugueses e reduzir as suas pensões.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, fazendo um bocadinho jus
à sua posição, devo dizer que não responde ao desafio que lhe lancei.
Protestos do PS.
O Sr. Deputado continua a fazer proclamações sobre a nossa situação, mas só fala de metade da
realidade, não fala da outra metade. Sr. Deputado, tenho de lhe pedir que se concentre também em falar da
outra parte da realidade para que não fiquemos aqui a concordar que é péssimo ou que é muito péssimo,
como se gostaria de dizer, que tenhamos necessidade de ter de viver sob um processo de ajustamento como
o que vivemos!… Nós sabemos disso, Sr. Deputado! Nós temos noção clara…
Protestos do PS.
Eu sei que as Sr.as
Deputadas estão a reagir à graça do Português,…