17 DE MAIO DE 2013
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Aplausos do PSD.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Os valores da Constituição da República Portuguesa são hoje
tratados na vida das escolas, muitas vezes de forma transversal, pelo que podemos assegurar que aos alunos
que terminam a escolaridade obrigatória são dados os instrumentos necessários ao seu conhecimento, à sua
génese e à sua importância histórica, contribuindo este conhecimento para que ganhem consciência da
existência dos seus direitos e garantias como cidadãos, bem como da necessidade de respeitar e preservar
este aspeto da cidadania.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Muito obrigada, Sr. Deputado, a Mesa saúda-o pela sua primeira
intervenção nesta Legislatura.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados: Ninguém rejeita que há
metas curriculares que tratam da Constituição da República Portuguesa, na disciplina de História e até noutras
áreas de ensino. A questão não é essa.
O facto de o Partido Ecologista «Os Verdes» propor uma disciplina acerca da Constituição da República
tem a ver com qualquer coisa que vai para além do estudo da Constituição, tem a ver com o facto de
podermos ter na nossa juventude, nos alunos e nas alunas, a possibilidade de aceder a uma educação da
política e a uma participação democrática. Isto, em parte, era o projeto da Educação Cívica, disciplina que foi
sendo extinta e que hoje não tem sucedâneo.
Portanto, a discussão da Constituição vai para além do conhecimento da Constituição da República, vai
absorver princípios acerca da democracia política, da democracia social, da democracia económica, da Carta
das Nações Unidas, de várias cartas de direito do mundo em que vivemos, dos direitos em geral e das
obrigações dos cidadãos. Em suma, implica o conhecimento da sociedade e da organização política do poder
em que cada um e cada uma se move.
Ora, rejeitar isto por um atavismo político, procurando a indiferenciação e o indiferentismo da parte dos
nossos jovens em relação ao sistema político e aos direitos a que podem candidatar-se, é um erro, um erro
muito grave! Não entendemos que a direita possa rejeitar esta expetativa e esta oportunidade.
Fui daqueles que contestei, no tempo da ditadura, uma disciplina em que se estudava a Constituição do
Estado Novo.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — E acha bem?!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Acho, acho! Contestei o estudo de uma Constituição fascista!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Agora quero o estudo de uma Constituição democrática,…
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — … de uma Constituição moderna!
Aplausos do BE.
Vozes do PCP: — Muito bem!