30 DE MAIO DE 2013
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O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … aquela força política conservadora que quer manter tudo tal como
está, em que qualquer reforma…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É verdade!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … qualquer coisa que mexa é, pura e simplesmente, oposição.
Aplausos do PSD e CDS-PP.
Sr. Deputado João Semedo, quando falamos da reforma do Estado, temos de pensar na reforma do Estado
em sentido lato e não só nos números que aqui nos trouxe,…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Claro!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … ou seja, na administração central, na administração local, na
administração regional, no setor empresarial do Estado, porque tudo isto é financiado pelos impostos dos
portugueses.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
Protestos do Deputado do PCP Jorge Machado.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — É esta a reflexão que tem de ser feita, porque todos sentimos que já
estamos no momento em que não é possível agravar a carga fiscal em Portugal.
Sr. Ministro, a reforma do Estado é importante por três razões.
Em primeiro lugar, para garantir a sua sustentabilidade. Temos, definitivamente, que adequar as despesas
e as receitas. Precisamos de nos libertar dos credores, precisamos de nos libertar da garantia da dívida. Só
um Orçamento sustentável é que permite, precisamente, a sustentabilidade do Estado social, que muitos
dizem defender mas que depois esquecem a forma de o financiar.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Muito bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Segunda razão: para aumentar a eficiência do Estado. É necessário,
naturalmente, adequar o Estado à realidade. O Estado do século XXI não é o Estado do século XX. Há
inovação, há modernização, há evolução. Qualquer empresa sabe que, se mantiver a sua estrutura
organizativa como tinha há 100 anos, ela tende a morrer. Nós não queremos que o Estado morra, queremos
que o Estado sobreviva, que o Estado seja ágil, que o Estado se adeque à realidade.
A reforma do Estado é, portanto, fundamental, de modo a que o Estado seja mais ágil, possa ser mais
amigo da economia, possa ser mais amigo de todos aqueles que lá trabalham.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Muito bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Terceira razão: para apoiar e reforçar a competitividade da nossa
economia. É que o Estado não existe só para se alimentar, o Estado existe para auxiliar a economia
portuguesa, para auxiliar a sociedade portuguesa.
Daí que seja fundamental diminuir a burocracia, tornar a nossa economia mais competitiva, a justiça deve
ser mais célere, devem ser mais ágeis os processos de licenciamento, o mercado de arrendamento, o
mercado laboral. Isto significa reformar o Estado para que a competitividade da economia possa ser maior,
para que haja maior capacidade de atrair investimento, para que possa ser criado emprego.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!