O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 95

10

Já agora, Sr. Ministro, gostaria de lhe colocar uma questão. A Sr.ª Presidente referiu que, no contexto do

debate, as perguntas não são diretas mas, evidentemente, um Deputado quando fala pergunta ou afirma,

porque esse é o seu direito.

Sr. Ministro, qual é, afinal, o modelo de Estado social que o Governo nos propõe ou quer defender?

O Sr. Mota Andrade (PS): — Boa pergunta!

O Sr. António Braga (PS): — É que nós conhecemos as propostas de cortes — milhões ali, milhões

acolá… —, mas são baseadas em quê? Sabe por que é que lhe pergunto isto, Sr. Ministro? Porque estou

muito preocupado e, se o Sr. Ministro tiver atenção ao que disse o Sr. Schäuble ontem, salvo erro, em Paris,

não deixará de me acompanhar na preocupação. Ele diz que a Europa tem Estado social a mais, fala até em

percentagem, em cerca de 50%.

Queria, então, perguntar-lhe, Sr. Ministro: em que continente, em que país, em que sítio do mundo há um

Estado social que seja a vossa referência para aplicar em Portugal?

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do CDS-PP.

Tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Secretária de Estado, Sr. Ministro dos Negócios

Estrangeiros, Srs. Deputados: Assistimos aqui hoje a um debate em que Bloco de Esquerda pede o debate,

anuncia o debate mas, no essencial, não quer fazer reforma nenhuma, quer que tudo fique como está.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Mas assistimos a uma coisa pior. Assistimos à bancada do Partido

Socialista dizer: nós queremos o debate! Mas queremos o debate segundo as nossas condições e nos nossos

tempos.

O Sr. António Braga (PS): — Já estava feito!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É estranho, porque a única oportunidade em que estive presente na

Conferência de Líderes foi exatamente na altura em que aceitámos as condições do Partido Socialista para

fazer o debate.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente! Todas!

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Não é verdade!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E o que é que faz o Partido Socialista? Diz: «Bom, agora já não

queremos fazer o debate!»

Portanto, importa saber se verdadeiramente querem ou não fazer este debate. Esta é a questão.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Srs. Deputados, importa saber se queremos ou não inverter o caminho

que nos levou à beira do abismo de forma irresponsável. Esta é a questão que importa saber.

Estamos hoje num cenário de extremas dificuldade. Podíamos ter feito isso no passado em condições

económicas mais favoráveis. Não foi essa a opção dos Governos, mas devemos fazê-lo agora, e vamos ter de

o fazer em condições ainda mais difíceis, em condições de compromissos assumidos pelo Estado português,