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31 DE MAIO DE 2013

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Em relação ao projeto do Partido Socialista, gostava de dizer que não reconheço grande legitimidade a um

grupo parlamentar que, em 2009 e 2011, votou contra alguns projetos de resolução. Estou a falar de anos em

que saíram de Portugal mais de 100 000 portugueses e, na altura, na Assembleia da República, na Comissão

de Negócios Estrangeiros, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, face a uma questão do meu grupo

parlamentar e de outros grupos parlamentares, disse o seguinte: «Não há emigração, há livre circulação de

trabalhadores!».

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Alberto Gonçalves (PSD): — O que mudou? O que mudou é que o Partido Socialista

preocupa-se agora com os emigrantes, mas só se preocupa com alguns!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe

Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Um dos objetivos de um

governo deveria ser o de construir um país que tivesse futuro para as suas pessoas, para os seus cidadãos,

para aqueles que nele nasceram ou que nele querem viver.

De facto, logo no início do mandato deste Governo, tivemos aquela famosa frase do Primeiro-Ministro,

Pedro Passos Coelho, que dizia que aos jovens restava a emigração,…

Vozes do PSD: — Não é verdade!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — … o que demonstra como não tem sentido de Estado, não percebe que

deve cuidar dos nossos e que o nosso País tem de ter respostas para as nossas gerações, para as mais

jovens mas também para as menos jovens.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Isso não é verdade! Isso é feio!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sabemos bem a dificuldade que as pessoas têm decorrente das

políticas que este Governo tem levado por diante.

O empobrecimento do País, como também foi anunciado ao País por Pedro Passos Coelho, que era um

desígnio, que era um objetivo, que era incontornável, levou a uma fuga de pessoas do nosso País, o que, na

prática, nos empobreceu a todos realmente, porque muitos deles são jovens com capacidades, com estudos,

outros não têm esses estudos, mas deveriam merecer igual consideração nas políticas deste Governo e nas

preocupações de todos nós.

Por isso, um País que não cuida dos seus, que diz que é «lá fora» que vão ter de viver o seu futuro é um

País que está a hipotecar o seu futuro.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Tem toda a razão!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vivemos na Europa muitos exemplos de países que tiveram guerras

que os destruíram, mas que poucos anos depois se reconstruiram, fruto do conhecimento que tinham, fruto da

coesão social que existia e fruto de uma capacidade de inovação que detinham.

Ora, o que temos com estas políticas é a fuga da geração mais capaz que alguma vez tivemos no nosso

País, que é empurrada para fora, com perda de competências, de capacidade e força de trabalho. Ao destruir

o presente, estamos a destruir o nosso futuro e a nossa capacidade de reconstruir o País que este Governo

está a destruir.

É, por isso, com bons olhos que olhamos os dois projetos de resolução em debate. É verdade que temos

de ter uma consciência global e real dos fluxos migratórios. É necessário e indispensável. Aliás, o Sr.