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1 DE JUNHO DE 2013

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O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias, do PCP.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A privatização dos correios era e é um

atentado contra o interesse nacional. Já assim era quando o Governo PS a incluiu no PEC 4;…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — … já assim era quando o PS, o PSD e o CDS a incluíram no pacto que

agressão que assinaram com a troica; e assim é agora, como se está a ver concretamente de norte a sul do

País, com os encerramentos de estações, de serviços e de postos de trabalho.

O Governo e os Deputados da maioria falam em racionalidade e em rigor na gestão. Podem explicar,

então, o encerramento do centro operacional de correio da região centro, em Coimbra? Digam o que farão

àqueles 170 trabalhadores! Já agora, expliquem a ideia brilhante de fazer com que o correio de Coimbra para

a Lousã tenha que vir a Lisboa para ser tratado e, depois, regressar à zona de origem para ser distribuído!?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito eficaz!…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Já agora, expliquem a deslocalização curiosa de estações dos CTT na cidade

de Leiria, associada ao negócio imobiliário do Leiria Plaza, promovido por um destacado dirigente local do

PSD.

Esta Assembleia não pode ficar cega e surda ao protesto que acontece por todo o País. Utentes,

trabalhadores e autarcas, pessoas de todas as idades, desde Albergaria dos Doze, em Pombal, até à Ajuda,

em Lisboa, têm ficado noite dentro nas estações para que elas não sejam roubadas ao povo.

O meu camarada, Presidente da Junta de Freguesia de Carnide, esteve esta semana numa dessas

jornadas de luta, exigindo o compromisso da manutenção da estação dos correios na sua freguesia, que já o

anterior Governo e a anterior administração tentaram encerrar e não conseguiram. A atual administração dos

CTT assumiu, esta semana, esse compromisso de não a encerrar e propôs uma reunião para o dia seguinte,

na sede da empresa. Ontem, à hora da reunião na administração, a estação foi encerrada para não voltar a

abrir

Em Santo Isidro de Pegões, foi renegociado o encerramento da estação e a abertura de um posto na junta

de freguesia, mas por um prazo de seis meses — com uma junta que vai desaparecer no processo de

extinção de freguesias.

Por todo o País, desde Lanheses a Boliqueime, passando por Cacilhas, as estações aparecem fechadas

pela calada da noite, verdadeiramente à traição!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Uma vergonha!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É essa, aliás, a palavra que melhor define esta atuação e esta política: traição!

É assim que vendem o País às peças, que trocam a Lei Fundamental pela lei da selva, que agem de má-fé

e à sorrelfa, lidando com o povo e o País como um burlão lida com a vítima. É preciso dizer basta!

É preciso acabar com este Governo, esta política e este pacto de agressão assinado com a troica, antes

que eles acabem com o País.

Estas decisões que estão a ser levadas a cabo não são inevitabilidades, podem ser combatidas e são

combatidas há anos. Foi graças a esse combate que a privatização dos correios não foi, até agora,

concretizada.

Propomos que a Assembleia se pronuncie contra a privatização dos CTT e em defesa da melhoria da

qualidade do serviço público postal, com a manutenção do carácter totalmente público da empresa. E

defendemos, entre outras medidas, que os encerramentos de estações de correios sejam imediatamente

cancelados e que as estações sejam reabertas e reintegradas na rede pública postal.

Aplausos do PCP.