1 DE JUNHO DE 2013
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bom que isso também fique presente—, o serviço postal, prestado pelos CTT e pelo Estado, continua a ser o
garante do acesso de todos os cidadãos, em igualdade e a preços acessíveis, a este importante serviço
público.
Mesmo perante esta duvidosa gestão — que, como disse, é da responsabilidade dos conselhos de
administração, mas também de quem os nomeou —, como seja a venda de edifícios por valores muito abaixo
do seu valor real ou o negócio do Edifício Báltico, no qual se concentraram os serviços centrais da Empresa
CTT,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — … que ficou, assim, a pagar as rendas de vários edifícios, por
mais 10 anos, duplicando, desta forma, os custos com rendas de edifícios, em Lisboa, por parte dos CTT. E
outros exemplos podiam ser dados.
Mesmo apesar dessa gestão, esta empresa pública continua a ser um contribuinte líquido em termos de
receitas para o Estado.
Perante estes factos, não se compreende, de facto, os motivos que levam o Governo a pretender privatizar
uma empresa, que, para além de garantir um serviço público de qualidade, ainda representa uma fonte de
receitas para o Estado. Não se compreende!
Como já afirmámos várias vezes, Os Verdes consideram que a empresa CTT deve continuar obrigada a
prestar um serviço público postal de qualidade, a preços acessíveis e controlados, disponibilizado a todos os
cidadãos, independentemente da sua condição económica ou da sua localização geográfica. Na nossa
perspetiva, isto só é possível se os CTT continuarem nas mãos do Estado e, por isso, entendemos que os
CTT não devem ser privatizados; pelo contrário, devem permanecer no âmbito do setor empresarial do
Estado, mantendo-se com 100 % de capital estatal.
Por conseguinte, vamos votar a favor das iniciativas legislativas que visem dizer um claro «não» à
privatização, mas não alinhamos na ideia de que «a privatização é para fazer, mas assim não», como quem
diz: «não podem ser os senhores a fazê-la, temos de ser nós».
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Portanto, isto só teria a ver com o autor! Mas o que está em
causa não é apenas o conteúdo ou a forma, é muito mais do que isso.
Desta forma, manifestamos a nossa total oposição aos propósitos do Governo em proceder à privatização
dos CTT e, ao mesmo tempo, também acompanhamos os proponentes das iniciativas, no sentido de
recomendar ao Governo o cancelamento imediato dos encerramentos de estações de correios e a reabertura
de todas as estações de correios entretanto encerradas, o fim do processo de encerramento dos centros
operacionais de correio e a revogação do processo de liberalização dos serviços postais.
É altura de o Governo perceber, de uma vez por todas, que deve governar a pensar nas pessoas, nas suas
dificuldades, nos seus problemas, e não fazer negócios, delapidando o nosso património coletivo, apenas para
satisfazer a gula dos interesses privados e ignorando, literalmente, as pessoas, que, cada vez ganham menos,
cada vez pagam mais impostos e cada vez têm menos serviços públicos.
Aplausos do Deputado do PCP Bruno Dias.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana
Drago, do BE.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Adriano Rafael Moreira, as pessoas têm uma
história e é bom que a honrem.
Quando o Sr. Deputado nos diz que o Estado é um mau gestor deve estar a falar de si próprio, porque o Sr.
Deputado foi administrador da CP, não se negou, não disse, quando lhe foi feito o convite, «eu não creio que o