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I SÉRIE — NÚMERO 102

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E, Sr. Primeiro-Ministro, conhecemos agora também o relatório do FMI, depois da sétima avaliação, e o

que nele vem são mais exigências de cortes. A cada exame positivo que este Governo passa, mais o garrote

se aperta em torno do pescoço dos portugueses! São mais despedimentos, mais desemprego!

Hoje, o relatório do Eurostat diz que, no primeiro trimestre de 2013, Portugal é o segundo país da Europa a

perder mais emprego — pior só a Grécia!

O Sr. Primeiro-Ministro comprometeu-se a fazer mais cortes nas pensões, a cortar mais 10%. Portanto, o

que sabemos é que sempre que o reconhecimento externo do Governo de Vítor Gaspar é uma coisa assim tão

boa, as pessoas ficam sempre pior.

Cada vez que o Sr. Primeiro-Ministro fala de crescimento, cada vez que o Sr. Presidente da República fala

de crescimento, cada vez que Durão Barroso fala de crescimento, o que vemos é mais austeridade e mais

desemprego. Crescer, só crescem mesmo o desemprego e a pobreza no nosso País!

E mais: o FMI reconhece erros e Vítor Gaspar até vem dizendo que se enganou Mas, quando reconhecem

erros e enganos, o que dizem é que vão fazer pior! «Errámos?! Vamos errar ainda mais! Enganámo-nos?!

Vamo-nos enganar ainda mais! Isto está mau?! Pois, isto vai ficar muito pior!»

É por isso, Sr. Primeiro-Ministro, que não há ninguém que possa confiar nas avaliações da troica, não há

ninguém que possa confiar em si nem no seu Governo!

É por isso que há uma responsabilidade cidadã primeira, que é lutar contra cada corte do seu Governo,

porque cada pessoa sabe, neste País, que após cada corte que consentir virá um novo corte.

É por isso que é tão importante a greve dos professores, porque ela é feita em nome da escola pública e

em nome do futuro dos alunos.

É por isso que são tão importantes todas as lutas que aí vêm, é por isso que vem aí a greve geral, é por

isso que o Sr. Primeiro-Ministro sabe que não tem condições para continuar a governar um País, porque um

Governo ilegal e indecente terá sempre a oposição da maioria do País.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Os Verdes são o próximo grupo parlamentar a intervir. Para o efeito, tem a palavra a

Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, para avaliarmos aqui um

pouco a seriedade dos discursos, gostava de perguntar-lhe diretamente se encontra alguma diferença, para

efeitos de dinamização económica, entre o pagamento do subsídio de férias no mês de junho e o pagamento

do subsídio de férias no mês de novembro. Ou seja, pergunto-lhe se traria alguma vantagem para a

dinamização económica, designadamente no período do verão, o pagamento atempado do subsídio de férias.

Depois, Sr. Primeiro-Ministro, gostaria que nos lembrássemos que, quando o PS, o PSD e o CDS

chamaram para cá a troica, aquilo que disseram foi que a troica vinha para que não houvesse problemas com

o pagamento de salários, ou seja, para que não faltasse o pagamento de salários.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Bem lembrado!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Desde então até à data, o que mais se tem verificado é a falta de

pagamento de salários e de subsídios, é o corte em tudo, absolutamente tudo, quanto é rendimento dos

trabalhadores!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mas dinheiro para os bancos, dinheiro para os juros exorbitantes,

dinheiro para as swaps, há! Há dinheiro para tudo, mas para os rendimentos dos trabalhadores e para os

salários falta sempre!

Agora, também quero dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que se o problema fosse (que não é) aquele que o

Sr. Primeiro-Ministro diz, que é a falta de suporte orçamental, está provado, e é o Sr. Primeiro-Ministro que o

diz, que o Governo foi absolutamente incompetente no prazo em que apresentou o orçamento retificativo.