15 DE JUNHO DE 2013
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Sim, Sr.ª Deputada Mariana Aiveca, com muita antecedência! Duas semanas
depois do Acórdão do Tribunal Constitucional, imagine a Sr.ª Deputada, o Governo comunicou ao País como
tencionava fazer a reposição.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não tem lei!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vai fazer essa reposição, vai fazê-lo de forma a criar a menor perturbação
possível nos orçamentos médios familiares.
Já expliquei com detalhe — não me obrigue a fazer essa explicação vezes sem conta, simplesmente
porque lhe dá jeito, demagogicamente, fazer a repetição da pergunta — que não estamos interessados, nem
relativamente a funcionários públicos, nem relativamente a pensionistas, a fazer uma nova previsão quanto
àquilo que são os encargos fiscais decorrentes das novas obrigações que estão associadas ao pagamento
desses subsídios.
Havia tabelas de retenção específicas que tinham sido criadas para esses contribuintes, de modo a que
eles não fossem afetados no seu rendimento médio mensal. Se porventura não procedêssemos da forma que
procedemos, o que iria acontecer é que as pessoas ficariam novamente sem saber, como já aconteceu no
princípio do ano, qual seria o seu rendimento médio mensal daqui até ao final do ano, se fizéssemos o
encontro de contas com o IRS, com essas famílias.
Portanto, a Sr.ª Deputada, que esteve até numa reunião em que tive muito cuidado em explicar, com muito
detalhe, esta matéria ao Bloco de Esquerda,…
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Ainda não explicou uma única vez!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … deve saber que o Governo comunicou com antecedência como vai fazer a
reposição dos subsídios, porque decidiu fazê-lo assim e por que razão é que isso nos parece que defende
com maior normalidade aquilo que é a previsibilidade orçamental das famílias.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Isso é uma «malabarice»!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Além disso, Sr. Deputada, o Governo, apesar de ter uma previsão anual para
as despesas, tem também limites trimestrais para a despesa que pode efetuar, dentro da assistência
económica e financeira que tem com a troica, e não pode alterar esses compromissos sem alteração do
Orçamento, Sr.ª Deputada. É assim mesmo e é assim também para todos aqueles que fazem o
processamento salarial do Estado, que precisam de ter previsão orçamental para poderem lançar os
movimentos contabilísticos.
Mas, Sr.ª Deputada, quero dizer-lhe que o Governo não fez qualquer despacho para os serviços a proibi-los
de pagar seja o que for,…
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Ai não?!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — … o que o Governo fez foi exatamente o contrário, foi uma nota para que
todos os serviços tomassem previdentemente todas as ações que eram necessárias para que os subsídios
pudessem vir a ser pagos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o que assusta as pessoas e o que
cria instabilidade nas famílias é um Governo fora da lei, que não cumpre nenhuma lei e rasga o contrato social
a cada dia que passa. Isso é que assusta as pessoas!