I SÉRIE — NÚMERO 103
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Protestos do PCP.
Sr. Presidente, estou a tentar não gastar o tempo todo, mas está a ser difícil porque estou a ser muito
interrompido.
Srs. Deputados, o que eu queria dizer é que este mérito é essencialmente das forças de segurança, mas
há que reconhecer que o Ministério da Administração Interna — esta equipa e este Ministro — tem de
assegurar um aspeto que, do nosso ponto de vista, é fundamental, e quero deixar aqui este elogio: a confiança
necessária para que as forças de segurança possam atuar, ou seja, não pôr em causa a sua atuação, não pôr
em causa as cadeias hierárquicas de comando e dar confiança. Dar confiança e, ao mesmo tempo, poupar
dinheiro.
Por isso, é bom e positivo, numa área que não deve ser uma área prioritária de poupança, que é a da
segurança dos portugueses — nós, CDS, sempre o achámos e não mudámos de opinião —, que exista uma
experiência-piloto de execução orçamental que seja atribuída ao Ministério da Administração Interna, o que é
um bom sinal quanto à forma como este Ministério tem sido gerido.
Sublinhamos, ainda, a existência e a importância para nós da atenção a crimes específicos. Já aqui foram
referidos alguns problemas de delinquência juvenil, ainda que tenha baixado o número global de criminalidade,
os roubos a bancos, o estabelecimento de venda de ouro relativamente à qual é necessária legislação
específica, que ainda não temos, bem como a necessidade de existência de legislação específica sobre uma
matéria que é muito sensível ao CDS, que é a do crime de vandalismo, sendo que há um pré-trabalho que
estará a ser feito sobre esta matéria.
Termino dizendo que, para nós, é muito importante o que o Sr. Ministro anunciou, que é uma atenção
específica a realidades e a momentos específicos. É muito importante que haja um dispositivo especial para o
verão, um reforço de efetivos no Algarve, saber até que ponto é que esse dispositivo é suficiente e se existem
ou não outras realidades que exijam também atenções específicas, porque essa é a melhor forma de
continuarmos a assegurar estes números que o Sr. Ministro aqui traz hoje e que, felizmente, são números
positivos para a tranquilidade e para a segurança dos portugueses.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — O Sr. Ministro da Administração Interna beneficia de uma
transferência de 1 minuto por parte de Os Verdes, o que lhe permite beneficiar de alguns segundos. Tem, por
isso, oportunidade de fazer uma segunda intervenção.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É o «minuto verde»!
Risos.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, Sr. Ministro da Administração Interna.
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Sr. Presidente, queria agradecer à Sr.ª Deputada de Os
Verdes a gentileza, porque vai permitir-me dar alguns esclarecimentos em matérias que são factualmente não
corretas, a começar por algumas afirmações do Sr. Deputado João Oliveira.
Sr. Deputado João Oliveira, queria dizer-lhe aqui, nesta Câmara, como já disse publicamente, que
enquanto eu for Ministro da Administração Interna todos os anos entrarão novos elementos para a Polícia e
para a Guarda Nacional Republicana.
Aconteceu assim em 2011 — não por meu mérito, evidentemente, porque o procedimento tinha corrido no
Governo anterior — e a regra era a de que ano sim, ano não entravam elementos para as forças de
segurança.
Ora, desde que sou ministro todos os anos têm entrado elementos para as forças de segurança. Ainda na
semana passada, entraram 298 novos agentes para a Polícia de Segurança Pública e, na próxima semana,
vão entrar mais umas centenas de elementos para a Guarda Nacional Republicana. Em setembro,