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I SÉRIE — NÚMERO 105

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O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — É que é sabido que o prazo de pagamento dessa primeira tranche

que referi termina no próximo domingo. E a questão está em saber se o Banif pediu ou não o adiamento do

pagamento dessa tranche. Creio que esta questão é clara. E, relativamente a esta questão, queria fazer

apenas o seguinte comentário: espero que não estejamos perante mais um novo BPN, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sobre a questão dos dois anos de governo, o Governo decidiu

assinalar os dois anos de governação no sóbrio Mosteiro de Alcobaça. Comemoraram o acontecimento

fazendo até um brinde com a bela ginja de Alcobaça. A primeira coisa que gostaria de dizer é que nunca esse

belo licor foi associado a uma política tão desastrosa.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — De facto, Sr. Primeiro-Ministro, em dois anos de governo, não há

nada para comemorar. Antes pelo contrário, há é a deplorar uma governação com consequências trágicas

para o País e para a vida dos portugueses.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Trágicas, no plano económico, pela destruição que promoveu de

milhares de empresas e de empregos como nunca antes tivemos, e quando caminhamos já não para o

terceiro mas para o quarto ano de recessão. Trágicas, no plano social, com o avassalador desemprego, a

degradação das condições de vida, a crescente pobreza das famílias portuguesas.

Tragédia que o Governo quer esconder atrás de falsos sucessos, como aquele a que assistimos agora em

torno da execução orçamental destes primeiros cinco meses do ano. Falso sucesso! Falsos sucessos, porque

não só o défice se agravou em 230 milhões de euros como, ainda por cima, de nada valeu o confisco brutal

que impôs ao mundo do trabalho.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — A pergunta que faço, Sr. Primeiro-Ministro, é esta: então, o que é que

foi comemorar a Alcobaça que tivesse valido a pena? Foi a aprovação do guião verbal por parte do Ministro

Paulo Portas? Se assim foi, bem me apetece fazer alguma ironia dizendo: mal empregada ginja que bebesteis!

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, não tenho uma resposta

para a sua questão no que respeita à tranche de 150 milhões de euros, que, confesso, não sei a que se refere.

Mas estou à espera de uma resposta que me possa ser enviada do Ministério das Finanças para poder

responder ao Sr. Deputado ainda durante este debate.

O ponto de situação com o Banif…

Neste momento, elementos do público presente nas galerias levantaram-se e viraram as costas à Câmara.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, pedia-lhe o favor de interromper, porque há uma forma gestual

de manifestação nas galerias que não pode ser admitida.