11 DE JULHO DE 2013
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País. Esse resgate é que é indispensável e não um qualquer segundo resgate que seja a continuação do
primeiro.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Vieira da Silva.
O Sr. Vieira da Silva (PS): — Sr.ª Presidente, agradeço aos Srs. Deputados as perguntas que me
colocaram e a que vou tentar responder.
Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, compreendo a sua posição política e a identificação que faz entre o
Governo e a troica.
Creio que, em muitos aspetos, tem razão para o fazer, ou não tivesse sido o Governo que, através dos
seus principais dirigentes, desde o primeiro momento, disse que a sua política era a política da troica. Mais:
disse que seria uma política para além da troica.
Sr. Deputado, com toda a sinceridade, em relação à pergunta que me fez sobre o Dr. Paulo Portas, penso
que há mais do que uma imposição da troica. Julgo que se trata de uma posição política que o Dr. Paulo
Portas, líder do CDS-PP, resolveu tomar, de sair do Governo e de, depois, voltar a entrar com pastas
diferentes. Vamos ver, todos nós — foi isso que tentei dizer —, ao que é que ele vem.
Se bem que, do meu ponto de vista, não tenha muitas dúvidas. Ele vem para cumprir o que Passos Coelho
escreveu na carta para a troica.
Mas, Sr. Deputado, não vamos todos alinhar num jogo em que, de alguma forma, desresponsabilizamos o
Governo da República com o argumento de que tudo o que faz é da responsabilidade da troica. Não! Muitas
das opções mais gravosas da política destes dois anos foram da responsabilidade do Governo do CDS e do
PSD.
Aplausos do PS.
Diria, até, que foi o Governo que as impôs à troica, que naturalmente as recebeu, até porque todos nós
conhecemos — eu já a conheço há alguns anos e já aqui a discutimos noutros contextos — qual é hoje a linha
orientadora da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional, que, neste aspeto, foi quase sempre a
mesma.
Mas, respondendo concretamente à questão, a posição do Partido Socialista é clara: defendemos a
construção de um grande bloco nacional para renegociar as condições do pagamento da dívida. Não nos
juntamos àqueles que, à partida, colocam como proposta inicial de debate um corte total, um haircut na nossa
dívida. Cremos que é possível uma negociação para cumprir as nossas responsabilidades e para honrar a
dívida, sem que ela se traduza em opções que seriam estrategicamente muito penalizadoras para o nosso
País.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!
O Sr. Vieira da Silva (PS): — Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira, posso tentar esclarecer as suas dúvidas,
mas creio que, quanto à relação entre défice e dívida, talvez fosse melhor ir ao Banco de Portugal e perguntar
ao Dr. Vítor Gaspar, porque ele é especialista em falhar todas as metas do défice e em aumentar a dívida
todos os anos.
Aplausos do PS.
Nada melhor do que um Ministro que foi apoiado pela vossa bancada para responder às dúvidas que o Sr.
Deputado tem, porque ele vai-vos explicar como é que, com a política de austeridade que prosseguiu, falhou
todas as metas do défice e fez aumentar sempre a dívida pública.
O Sr. Deputado diz que eu sou um dos grandes responsáveis. Sr. Deputado, há uma coisa que lhe posso
garantir: não telefonei ao Prof. Vítor Gaspar para ele escrever aquela carta de demissão, acusando o Governo