13 DE JULHO DE 2013
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Protestos da Deputada de Os Verdes Heloísa Apolónia.
Conseguirmos, contra o que tem sido a média europeia, um resultado melhor, dá-nos a possibilidade,
contrária àquela dos últimos 10 anos em que estivemos a divergir da Europa, de convergir com a Europa. E
isso, Sr.ª Deputada, é um sinal que evidentemente não posso deixar de valorizar.
Quanto ao que a Sr.ª Deputada referiu a título de informação, devo dizer-lhe o seguinte: é muito bem-vinda
a moção de censura.
A Sr.ª Deputada saberá que este Governo tem uma maioria coesa no Parlamento a apoiá-lo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Vamos passar à segunda ronda de perguntas ao Sr. Primeiro-
Ministro.
Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, como há sempre limitações de
tempo, vou ter de repartir as minhas intervenções.
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que, como compreenderá, nenhum diálogo político fará mudar aquela
que é a posição do Partido Socialista. E, da parte do Partido Socialista, não contará com nenhum frete, nem
que sejamos muleta de um Governo que já não reconhecemos ter condições para continuar a governar.
Queria dizer-lhe isto com muita clareza.
Aplausos do PS.
Em segundo lugar, quero discordar do Primeiro-Ministro quando diz que as nossas referências às
demissões do Ministro das Finanças e do Ministro dos Negócios Estrangeiros são trica política. Pode ser a sua
interpretação, mas discordo. Na nossa interpretação, é irresponsabilidade política que trouxe graves prejuízos
para o nosso País, como, aliás, foram demonstrados e contarão para a história. O País poderia ter sido
poupado a essa — volto a repetir, Sr. Primeiro-Ministro — irresponsabilidade política.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. António José Seguro (PS): — O País está numa crise política por culpa exclusivamente dos
senhores, do seu Governo. Este Governo transformou-se no maior fator de instabilidade política no nosso
País.
Aplausos do PS.
Em terceiro lugar, o facto de estarmos disponíveis para iniciar um processo de diálogo, com vista a
encontrarmos soluções para resolvermos os graves problemas do País, não pode apagar a memória destes
dois anos.
Compreendo que o Primeiro-Ministro venha ao Parlamento e queira fazer um apagão destes dois anos,
porque lhe dá jeito, porque tem interesse, porque os resultados são extremamente negativos. Numa frase:
porque falhou todos os objetivos!
Todavia, nós não permitiremos que se faça esse apagão. E mais: é fundamental que o Governo reconheça
isso, por duas razões essenciais.
Em primeiro lugar, por respeito aos portugueses, por respeito aos sacrifícios que o senhor impôs aos
portugueses, sacrifícios exageradíssimos que provocaram dor, sofrimento e desemprego como nunca houve
na história do nosso País. É que o Sr. Primeiro-Ministro prometeu aos portugueses que, em troca desses
sacrifícios, conseguia tirar Portugal da crise e o resultado foi precisamente o inverso: há mais crise social e há
mais crise económica e política.