13 DE JULHO DE 2013
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Se a recente previsão da Universidade Católica estiver certa, Portugal, ao fim de 10 trimestres em
recessão, ao cabo de 900 dias em recessão, poderá ter tido finalmente um primeiro sinal de mudança. É
apenas um sinal, mas pode fazer toda a diferença se não for um sinal interrompido.
Ao Governo compete potenciar essa mudança; à oposição democrática, parece-me, ajudar a consolidá-la;
às instituições em geral protegê-la.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Assim como o fim do protetorado não é o fim
dos constrangimentos, a mera hipótese do fim do pesadelo recessivo não é uma garantia em si, mas é uma
oportunidade que devemos agarrar com toda a força, com as duas mãos, a bem do País.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — É, aliás, uma oportunidade para aproximar
aquilo que ainda diverge, ou seja, a melhoria da perceção externa sobre Portugal e o ânimo dos portugueses
sobre a situação do País.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Queria também dizer algo sobre o facto de este debate acontecer
depois de a maioria ter superado problemas políticos não negligenciáveis.
Risos do PCP.
Ignorá-los não beneficiaria nem a humildade nem a verdade. Ter consciência da sua superação pode
beneficiar a esperança.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. António Filipe (PCP): — Que descaramento!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Sendo a maioria composta por dois partidos,
auxiliou-nos o conselho de quem deixou um legado impressivo e de quem tem a constância de um
ensinamento.
Quando não era sequer militante do partido a que presido, retive de um líder político absolutamente
invulgar, Francisco Sá Carneiro, uma grelha de avaliação para superar questões dilemáticas: primeiro,
Portugal; depois, o partido; por fim, a circunstância pessoal de cada um de nós.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Essa é uma citação «irrevogável»!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Acrescentaria que, em caso de opção entre o
interesse de Portugal e o do partido, deve prevalecer o de Portugal e, em caso de opção entre a razão de
partido e a razão pessoal, deve prevalecer a razão de partido.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Foi com este espírito que a situação foi
superada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Foi-o, não com querelas de importância, mas avaliando, agora que estamos praticamente a meio do
mandato, as necessidades do futuro, começando pelo enfoque económico, decisivamente tão importante
como o financeiro, e garantindo melhor articulação e cooperação política entre os partidos da maioria.